Começo minha crítica com a tradução do filme que não é precisa. Não se trata de beleza oculta, mas de beleza colateral. De todo modo, seja beleza oculta, seja beleza colateral, o filme simplesmente se esqueceu de mostrar que beleza foi essa. Madeleine disse que conseguiu encontrar a tal beleza colateral sem dizer qual foi.
Gosto muito dos atores do filme, mas sinto dizer que a atuação do Edward Norton e da Keyra Knightley foram extremamente simplórias. Certamente não está à altura de suas capacidades. Já a atuação de Will Smith, em que pese ser de alto nível, acaba cansando pela incessante depressão do personagem.
Se você não assistiu o filme e pretende assistir, pare de ler aqui.
Tal como A Estranha Perfeita, com Halle Berry, este é um daqueles filmes em que o espectador é enganado. Madeleine (Naomie Harris) e Howard (Will Smith) travam diversas conversas como se fossem dois estranhos. E então, pasmem, eles revelam que são marido e mulher e pais da falecida Olivia.
Além disso, os atores contratados para interpretar a morte, o amor e o tempo, adivinha, são de fato a morte, o amor e o tempo.
Desde o estrondoso sucesso de O Sexto Sentido e Os Outros, ambos com final surpreendente, a indústria cinematográfica fica tentando criar novos finais surpreendentes. No entanto, infelizmente, alguns são desleais, como A Estranha Perfeita e Beleza Oculta. No fim das contas, o espectador, ao invés de ficar surpreendido com uma inesperada reviravolta nos minutos finais, acaba é com raiva de ter sido enganado. O curioso é que a própria Morte (Helen Mirren) utiliza o termo do que o filme faz com o espectador: "Gaslight".