O filme conta a história da protagonista Amy Mitchell (Kunis), e no primeiro ato já percebemos o quão atarefada ela é. Esposa, mãe de dois filhos ela tem que lidar com: a separação do marido, o trabalho de meio período (em tese, pois na realidade trabalha todos os dias da semana), fazer todas as refeições da família, dar conselhos aos filhos e ainda fazer o dever de casa deles, ir a todos os treinos e levar eles para todas as suas atividades extracurriculares, participar de todos os eventos de pais que são organizados na escola, ir ao supermercado e fazer aula de dança. Sim, é uma rotina que cansa e não há qualquer tipo de reconhecimento das pessoas em sua volta.
Depois de um dia caótico, ela decide se juntar com duas outras mães: Kiki (Bell) tem quatro filhos e é submissa a um marido controlador que a deixa sozinha para cuidar de tudo em casa e; Carla (Hahn), uma mãe divorciada que vive uma vida promíscua. Assim, elas decidem se tornar mães ruins para poderem aproveitar mais a vida e se libertarem da exploração em seus trabalhos e vidas pessoais: saem para beber e para festar, ir à spas, e cuidar de seu bem estar. E claro, elas também se revoltam contra todas as exigências absurdas da personagem de Christina Applegate, interpretando a tirânica antagonista Gwendolyn, a qual tem um poder de influencia terrivelmente grande dentro da escola como a presidente da PTA (Associação dos Pais e Professores).
De fato, as personalidades são muito diferentes uma da outra, mas a química das atrizes é boa e cada uma consegue convencer em seu papel e demonstrar que aí existe uma amizade verdadeira que foi construída e mantida com base de todas se identificarem com a exaustão e a pressão que sentem todos os dias em serem perfeitas mães e conseguirem dar conta de todas as tarefas e responsabilidades.
Os (ex) maridos, em contrapartida, são pais ausentes, controladores e burros. Até o diretor e o treinador do time de futebol da escola não têm nenhuma força moral e o personagem Jesse (Jay Hernandez) é totalmente descartável – o seu único papel é ser um potencial namorado para Amy (Kunis). Mas o enfraquecimento desta imagem masculina é proposital e reflete na mensagem e no objetivo do filme, pois quem brilha nele, obviamente, são as mães.
Apesar de o roteiro ser relativamente bom, o filme não possui nada de inovador ou complexo na sua execução. Tudo faz parte de uma narrativa objetiva, com uma dramaticidade de vez em quando fora de ritmo, mas, mesmo que em alguns momentos seja um pouco exagerado, o comportamento bastante inapropriado das mães nos traz muito divertimento, pois o tom cômico traz consigo sempre um toque realidade por trás e inclusive no final colhe bons frutos. As montagens em slow-motion, as elipses, e as piadas vêm nos momentos certos e muito bem realizados.
No conjunto, é uma comédia que se desenvolve bem e mostra um olhar humano, em relação às frustrações e dificuldades diárias de todas as mães, abraçando todos os seus defeitos e falhas, ao mesmo tempo em que homenageia o esforço e suas qualidades. É um filme que gera boas risadas e garante o entretenimento.