Trigésimo quinto Presidente dos Estados Unidos, John Fitzgerald Kennedy entrou para a história no dia 22 de novembro de 1963, quando foi assassinado por Lee Harvey Oswald durante uma passagem por Dallas, cidade para a qual ele tinha viajado em busca de aumentar a sua popularidade junto aos eleitores dos Estados do Sul, já pensando na sua campanha de reeleição.
O assassinato de John F. Kennedy já foi amplamente dissecado em teorias da conspiração, bem como em documentários, artigos de imprensa, matérias de TV, assim como em filmes. Por isso mesmo, o caráter inovador por trás de Jackie, filme dirigido pelo chileno Pablo Larraín. Ao invés de focar o olhar no crime em si, o roteiro escrito por Noah Oppenheim aborda o período pós-assassinato, conforme vivido pela viúva, a primeira-dama Jacqueline Kennedy (Natalie Portman, em atuação indicada ao Oscar 2017 de Melhor Atriz).
Alternando flashbacks com o tempo presente, que mostra Jackie concedendo uma entrevista a um jornalista (Billy Crudup), o filme nos mostra o período de luto que a primeira-dama vivenciou, em especial, nos relatando as definições sobre como seria o enterro do Presidente; as preocupações de Jackie com o seu futuro como uma jovem viúva, sem emprego e sem uma casa para morar, e com o dos dois filhos e a batalha interna que Jackie travou pela maneira como gostaria que o legado dos anos de governo de seu marido fosse enxergado.
Durante uma das cenas de Jackie, acompanhamos a reencenação de um programa de TV em que Jacqueline Kennedy abriu as portas da Casa Branca para o público norte-americano. É tentador assistir a esse programa após o término do filme. Assistir ao programa é comprovar o belíssimo trabalho feito por Natalie Portman, que conseguiu captar, não só a maneira de se portar, como também o jeito de falar da ex-primeira-dama norte-americana. Por isso mesmo, o ponto alto de Jackie vem, não só da excelente atuação de Portman, como também pela maneira sóbria com que Pablo Larraín apresenta seu filme, com o apoio especial de uma ótima direção de fotografia e da trilha sonora de Mica Levi.