Minha conta
    Malala
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Malala

    História de superação

    por Lucas Salgado

    Conhecido pelo trabalho em Uma Verdade Inconveniente,  Davis Guggenheim chega aos cinemas brasileiros com mais um importante e politizado documentário. Como o próprio título deixa claro, Malala gira em torno de Malala Yousafzai, jovem ativista paquistanesa que ficou conhecida após sofrer um atentado por parte do Talibã por falar sobre a educação das mulheres em seu país. Desde então, ela passou a atuar mais ativamente contra o defendido pelo grupo terrorista, o que lhe rendeu um Prêmio Nobel da Paz, em 2014.

    O documentário tem como principal mérito o acesso à sua protagonista. O espectador tem a oportunidade de conhecer o ambiente familiar da garota e descobrir como foi educada pelos pais. Como pode uma garota de 17 anos levar um Nobel? O filme ajuda a entender mais isso.

    Neste sentido, o longa realmente consegue transmitir não só o espírito de luta da personagem, mas também sua simplicidade e ousadia. Ou seja, faz o público, mesmo aquele que não a conhece, se cativar por Malala.

    É muito interessante descobrir o contexto no qual a jovem nasceu e cresceu. Desde a escolha de seu nome, que remete a uma guerreira libertadora lendária, às primeiras visitas a escola em que o pai trabalhava, tudo em sua vida foi feito para se criar uma pessoa culta e questionadora. O que, infelizmente, não é muito bem visto em sua região, principalmente pelo fato de ser uma mulher.

    O público tem acesso direto a personagem e ainda traz importantes imagens de arquivo de seu período no Paquistão e de seu tratamento após os atentados. A participação da família é fundamental tanto para mostrar a origem da jovem quando para mostrar seu dia a dia atual, que em alguns momentos é de uma garota comum, que brinca e briga com o irmão mais novo.

    He Named Me Malala (no original) conta com um bom senso de humor, mas o que marca mesmo é a carga emocional, proveniente de uma luta importante de uma garota que só queria uma coisa: ter o direito de estudar.

    Se por um lado a participação ativa da família ajudou a criar um acesso importante ao universo da personagem, por outro gerou uma obra que é pouco questionadora. Gasta mais tempo introduzindo peso dramático e emocional à sua protagonista do que procurando passar a situação na região.

    A obra também possui problemas de ritmo, que só não prejudicam tanto pelo fato de contar com apenas 87 minutos de duração. A montagem é quadradinha e a trilha sonora pesa demais a mão. Ainda assim, o espectador vai se emocionar com esta história de superação.

    Quer ver mais críticas?
    Back to Top