O toque clássico inserido no filme quando da retrospectiva dada à ficção a partir de um caso real, foi importante para aguçar a curiosidade no espectador e posicioná-lo na história, dando a devida atenção ao que se sucede. Porém, apesar de nós alertar constantemente à realidade por meio de cortes dos telejornais da época fato que, aliás, dá ao filme um ar muito mais de documentário do que propriamente uma obra devidamente roteirizada, com sequências claras e coerentes; "A confirmação" se expressa através de atores muito caricatos e falhos. Percebe-se, no decorrer do filme, a atuação arrastada dos senadores que ouvem o depoente através de expressões grotescas e forçadas. Há, sem dúvida, outras situações claras.
No mais, o filme expressa nitidamente as relações ditas republicanas no jogo da política em que se preconiza muito mais a medição de forças do que o mérito do caso em questão. Ainda assim, a obra traz a mensagem muito clara do feminismo e sua projeção histórica na política americana.
Na realidade, suspeito que o real objetivo do filme era justamente esse, ou seja, deixar a arte de lado, juntamente com seus encantamentos, e prezar pelo engajamento político e ideológico. Não desqualifico tal presunção dos produtores e diretores, mas tal presunção, se existiu, afetou a dramaticidade da obra.