Elis Regina sem dúvida desperta o imaginário de seus fãs apreciadores de MPB e, até mesmo dos seus contemporâneos, não só pela música, mas sim pelo o que essa cantora representou.
O filme Elis, dirigido por Hugo Prata, é um projeto audacioso por se tratar da biografia da maior interprete brasileira. Retratar uma personagem tão complexa e paradoxal como a Elis é uma tarefa um pouco complicada, lembrem-se não estamos falando de qualquer cantora... Falamos de Elis Regina.
A escolha do elenco foi boa, porém pouco explorada, Andreia Horta reviveu Elis Regina de forma caricata com os trejeitos expressões típicas da homenageada, porém em momento algum do longa conseguiu transmitir a essência da cantora.Realmente não é uma tarefa fácil.
Acredito que o diretor não conseguiu extrair todo o potencial da atriz, pois a mesma já demonstrou grande talento em outras obras da dramaturgia brasileira. A escolha de Andreia Horta foi acertada, entretanto, a impressão que se tem é de que o diretor não confiou totalmente na atriz. Nota-se isso claramente nas cenas de canto onde a atriz teve a sua voz substituída pela original... Quem vai até o cinema não espera ouvir Elis, espera sentir a emoção que Elis transmitia e isso só seria possível com uma interpretação completa incluindo obviamente o canto.
Gustavo Machado interpretou Ronaldo Bôscoli; viu-se no cinema um playboy dos anos 60 com o caráter questionável e muitas vezes sem sentido. O filme não aborda de maneira concreta os grandes conflitos do casamento entre Elis e Bôscoli apenas mostra cenas de implicância seguidas de atração sexual e discussões sem sentido. Quem não tem conhecimento prévio do casal não consegue entender muito que está se passando.
Caco Ciocler da vida a César Camargo Mariano, segundo casamento de Elis, e mais uma vez a relação foi pouco explorada sem dar a devida importância aos acontecimentos e desdobramentos relativos a essa união. Apenas na metade do terceiro ato essa relação começa, desenvolve-se e termina. Caco Ciocler como um mestre consegue transmitir dramaticidade mesmo com um roteiro fraco, méritos do ator.
Outro ponto fraco é a abordagem superficial de outros personagens como Miele, Nelson Motta , Lennie e Jair Rodrigues; esse são pouco aproveitados e servem apenas para compor elenco, o que é uma pena pois são interpretados por bons atores e são peças3 fundamentais para a criação da Elis como artista. Grandes parcerias como a de Tom Jobim, Adoniran Barbosa e até mesmo com Jair Rodrigues não são exploradas.
A edição não foi das melhores existem muitos cortes desnecessários que quebram momentos cruciais do filme e seguem para a próxima cena como se nada tivesse acontecido anteriormente. Fatos novos surgem sem a menor explicação levando a crer que o longo foi feito apenas para o publico que realmente é fã ou conhecedor da historia e não para o público geral como foi filme Tim Maia.
A produção é um ponto forte do filme, roupas, cenários, casas, carros e objetos fazem qualquer espectador comprar a idéia de que o longa é ambientado entre os anos 60, 70 e 80 é tudo bem caracterizado nesse sentido. Quem assistir na TV irá remeter-se a época olhando de relance. Rio de Janeiro e São Paulo dessa época são extremamente bem caracterizados.
Os anos de chumbo são retratados de forma grotesca e folclórica no pouco tempo em que são mencionados. Em alguns momentos da vontade de rir com o que é apresentado. A luta pela anistia dos exilados é resumida em apenas dois encontros com o cartunista Henfil. No quesito ditadura militar, o roteiro acertou em não focar muito nesse contexto, pois esse não é o tema proposto pelo filme.
Outro ponto forte é a fotografia apesar dos equívocos do roteiro, edição e direção, a iconografia consegue transmitir a emoção e a dramaticidade das situações apresentadas diversos momentos do longo, a essência é resgatada pela direção de fotografia que consegue explorar as situações claramente emocionais apenas com imagens.
O filme exige conhecimento prévio de várias situações pessoais e sociais vividas na época o que acaba distanciando o grande público das bilheterias porque de muitas atitudes e passagens só farão sentido para quem viveu a época ou a conhece os fatos mais relevantes da historia de vida da cantora.
Podemos dizer que se trata da biografia da maior cantora de MPB e provavelmente do Brasil e apenas isso. De modo geral o longo não consegue explorar de forma adequada tudo o a figura da Elis representou. Os conflitos pessoais, profissionais, o engajamento político e o paradoxo sentimental inerente da Elis são mencionados de forma muito superficial.
Elis Regina é paixão, é emoção é sentimento, infelizmente a película só conseguiu contemplar alguns momentos históricos de forma rasa.
Elis Regina sem dúvida desperta o imaginário de seus fãs apreciadores de MPB e, até mesmo dos seus contemporâneos, não só pela música, mas sim pelo o que essa cantora representou.
O filme Elis, dirigido por Hugo Prata, é um projeto audacioso por se tratar da biografia da maior interprete brasileira. Retratar uma personagem tão complexa e paradoxal como a Elis é uma tarefa um pouco complicada, lembrem-se não estamos falando de qualquer cantora... Falamos de Elis Regina.
A escolha do elenco foi boa, porém pouco explorada, Andreia Horta reviveu Elis Regina de forma caricata com os trejeitos expressões típicas da homenageada, porém em momento algum do longa conseguiu transmitir a essência da cantora.Realmente não é uma tarefa fácil.
Acredito que o diretor não conseguiu extrair todo o potencial da atriz, pois a mesma já demonstrou grande talento em outras obras da dramaturgia brasileira. A escolha de Andreia Horta foi acertada, entretanto, a impressão que se tem é de que o diretor não confiou totalmente na atriz. Nota-se isso claramente nas cenas de canto onde a atriz teve a sua voz substituída pela original... Quem vai até o cinema não espera ouvir Elis, espera sentir a emoção que Elis transmitia e isso só seria possível com uma interpretação completa incluindo obviamente o canto.
Gustavo Machado interpretou Ronaldo Bôscoli; viu-se no cinema um playboy dos anos 60 com o caráter questionável e muitas vezes sem sentido. O filme não aborda de maneira concreta os grandes conflitos do casamento entre Elis e Bôscoli apenas mostra cenas de implicância seguidas de atração sexual e discussões sem sentido. Quem não tem conhecimento prévio do casal não consegue entender muito que está se passando.
Caco Ciocler da vida a César Camargo Mariano, segundo casamento de Elis, e mais uma vez a relação foi pouco explorada sem dar a devida importância aos acontecimentos e desdobramentos relativos a essa união. Apenas na metade do terceiro ato essa relação começa, desenvolve-se e termina. Caco Ciocler como um mestre consegue transmitir dramaticidade mesmo com um roteiro fraco, méritos do ator.
Outro ponto fraco é a abordagem superficial de outros personagens como Miele, Nelson Motta , Lennie e Jair Rodrigues; esse são pouco aproveitados e servem apenas para compor elenco, o que é uma pena pois são interpretados por bons atores e são peças3 fundamentais para a criação da Elis como artista. Grandes parcerias como a de Tom Jobim, Adoniran Barbosa e até mesmo com Jair Rodrigues não são exploradas.
A edição não foi das melhores existem muitos cortes desnecessários que quebram momentos cruciais do filme e seguem para a próxima cena como se nada tivesse acontecido anteriormente. Fatos novos surgem sem a menor explicação levando a crer que o longo foi feito apenas para o publico que realmente é fã ou conhecedor da historia e não para o público geral como foi filme Tim Maia.
A produção é um ponto forte do filme, roupas, cenários, casas, carros e objetos fazem qualquer espectador comprar a idéia de que o longa é ambientado entre os anos 60, 70 e 80 é tudo bem caracterizado nesse sentido. Quem assistir na TV irá remeter-se a época olhando de relance. Rio de Janeiro e São Paulo dessa época são extremamente bem caracterizados.
Os anos de chumbo são retratados de forma grotesca e folclórica no pouco tempo em que são mencionados. Em alguns momentos da vontade de rir com o que é apresentado. A luta pela anistia dos exilados é resumida em apenas dois encontros com o cartunista Henfil. No quesito ditadura militar, o roteiro acertou em não focar muito nesse contexto, pois esse não é o tema proposto pelo filme.
Outro ponto forte é a fotografia apesar dos equívocos do roteiro, edição e direção, a iconografia consegue transmitir a emoção e a dramaticidade das situações apresentadas diversos momentos do longo, a essência é resgatada pela direção de fotografia que consegue explorar as situações claramente emocionais apenas com imagens.
O filme exige conhecimento prévio de várias situações pessoais e sociais vividas na época o que acaba distanciando o grande público das bilheterias porque de muitas atitudes e passagens só farão sentido para quem viveu a época ou a conhece os fatos mais relevantes da historia de vida da cantora.
Podemos dizer que se trata da biografia da maior cantora de MPB e provavelmente do Brasil e apenas isso. De modo geral o longo não consegue explorar de forma adequada tudo o a figura da Elis representou. Os conflitos pessoais, profissionais, o engajamento político e o paradoxo sentimental inerente da Elis são mencionados de forma muito superficial.
Elis Regina é paixão, é emoção é sentimento, infelizmente a película só conseguiu contemplar alguns momentos históricos de forma rasa.