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    Bridgend
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    Vikingbyheart
    Vikingbyheart

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    3,0
    Enviada em 25 de agosto de 2016
    Entre 2007 e 2012 aconteceram 79 suicídios por enforcamento no condado de Bridgend, uma província de mineração de carvão no País de Gales, sendo a maior parte deles entre adolescentes. Baseado nessa trágica história real, o longa-metragem Bridgend, dirigido pelo estreante dinamarquês Jeppe Rønde que até então só fazia documentários, é uma versão fictícia desse caso. A narrativa se desenvolve em torno da protagonista Sara (interpretada por Hannah Murray, conhecida pela personagem Gilly, de Game of Thrones), uma jovem que se muda para uma pequena cidade no condado de Bridgend devido à realocação de trabalho de seu pai, o policial Dave (interpretado por Steven Waddington, atuou em The Imitation Game - O Jogo da Imitação - 2014). Por ser uma garota nova na cidade Sara não possui amigos e o seu passatempo preferido é andar no seu cavalo, Snowy. Mas aos poucos ela vai se enturmando com um grupo de jovens misteriosos que parecem estar conectados à onda de suicídios, o que provoca a preocupação de seu pai, que investiga as mortes.

    Para realizar esse filme o diretor Rønde passou 6 anos pesquisando, entrevistando e acompanhando os adolescentes que moravam na região e escreveu o roteiro baseado nas histórias deles. Existem teorias sobre as mortes, mas as autoridades locais ainda não sabem o que motivou os suicídios nos quais o filme foi baseado. Outro detalhe é que o longa foi filmado no próprio condado de Bridgend.

    O filme retrata a vida imprudente dos jovens e se utiliza dos clichês que já são bastante conhecidos em representações da adolescência: festas regradas à álcool, cigarro, badernas e mergulhos no lago, numa busca pela liberdade, por experimentar sensações sem se preocupar com as consequências dos próprios atos. O conflito de gerações é outro ponto abordado e é explicitado através do distanciamento entre pais e filhos, que não conseguem interagir nem se comunicar entre si.

    Com uma atmosfera sombria e cinza, macabra e melancólica, a fotografia de Magnus Nordenhof Jønck (conhecido por seus trabalhos em Kapringen - Sequestro - 2012 e Krigen - Guerra - 2015) cria um tom claustrofóbico que faz você se sentir como se algo terrível pudesse acontecer a qualquer momento. Parte desse efeito de tensão constante é construído também pela trilha sonora de Mondkopf, que se utiliza do som eletrônico para manter o tom sufocante no longa-metragem. Bridgend lembra bastante o filme The Witch - A Bruxa (2015) pela ambientação que busca em cada enquadramento.

    Apesar de contar com um elenco eficiente o filme peca por não desenvolver melhor os personagens e também pela forma que o roteiro foi escrito. A história não segue uma linha específica e acaba sendo confusa e não promovendo o entendimento necessário. A narrativa se concentra apenas na vida dos adolescentes, deixando de lado partes importantes como o posicionamento dos pais, o trabalho investigativo da polícia e como os suicídios afetam a comunidade local. Rønde foi ousado em sua proposta de retratar um assunto difícil de forma abstrata e acabou entregando um filme menor do que ele poderia ser. Principalmente pela ambientação e pela qualidade visual que são de alto nível. Talvez parte das respostas que ficaram no ar possam ser encontradas no documentário Bridgend (2013).
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