Uma mulher alcóolatra e depressiva, que gosta de andar de trem. Ela vive num mundo angustiado, pois seu casamento não deu certo (basicamente por seu vício em bebida) e seu ex-marido agora está casado com outra mulher e eles têm uma filha, algo que Rachel (Emily Blunt) sempre sonhou ter, mas devido a sua infertilidade não pôde realizar. Em suas viagens de trem, em seus devaneios, ela sempre vê uma linda mulher na sacada de uma bela casa que beira a linha do trem. E Rachel imagina que essa mulher tem a vida perfeita. Tudo muda de figura a partir do momento em que ela vê algo inesperado nesta mesma sacada e todos os personagens se envolvem, de alguma forma, num crime bárbaro. Não dá pra contar mais do que isso sem estragar as surpresas do roteiro. O filme tem uma pegada cativante e vai muito bem, até determinado ponto. Há um clima de tensão no ar, e até todo o quebra cabeça ser montado, várias sugestões são dadas para que o suspense ganhe força. O elenco é muito bom, principalmente Emily Blunt, que consegue uma atuação impressionante. Ainda há a presença de rostos conhecidos como Justin Theroux, Lisa Kudrow, Luke Evans e Allison Janney. Contudo, o filme perde fôlego em seu último ato, e para ser sincero, quando a narrativa vai se conduzindo ao final, fiquei com aquela sensação de “Por favor... que não seja o que eu estou pensando...”. Mas foi. O desenlace não surpreende, e sim causa um certo grau de decepção. Torna-se algo deveras forçado, embora de certa forma até óbvio. Há cenas muito interessantes, inclusive a do desfecho da pessoa responsável por todo o caos causado, mas convenhamos, é um filme que não consegue sustentar sua interessante premissa até o final. Fica aquele ar de história mal contada, sem muita criatividade. Talvez o excesso de melodrama interfira no resultado final, e também a reação de alguns personagens em determinados momentos é tão tola e estúpida, que beira a infantilidade. Mais uma vez clichês se repetem, e por fim fica a sensação de que poderia ser bem melhor do que é.