Achei o filme bonito em paisagem, mas, de certa forma, pesado. Eu o assisti umas duas vezes, sempre procurando perceber coisas que passaram desapercebidas... Detalhes, algo assim, e tudo que vi foi uma representação profunda sobre os sentimentos unilaterais. Não faço ideia do que os criadores queriam passar, mas, pelo que senti, há tantas coisas inacabadas e não faladas em todo esse silêncio. É amedrontador, desconfortável, por vezes entediante, mas carrega tanta bagagem emocional que de alguma maneira, toca. Dois garotos, vivendo uma vida bem tediosa. Até que uma viagem faz com que eles, amigos, comecem a conversar através do olhar, de gestos quase imperceptíveis... É como se eles não tivessem (e talvez nem soubessem) coragem para externar os seus pensamentos. E essa ligação de amizade, esse momento em que os dois ficam sozinhos, em uma linda casa à beira-mar, é o momento onde tudo quer transbordar. E até mesmo sem querer, eles deixam essa "barreira" cair e se entregam. Se parar para pensar, é algo aparentemente tão simples e "cru", mas que possui muita profundidade, porque afinal, quem nunca ficou sem palavras? Teve aquele momento em que estava com uma pessoa, e tivesse vontade de falar tanta coisa, mas não soubesse quais palavras usar? É aquela coisa: quando as palavras falham. Apesar da falta de experiência dos atores (se bem, que parece que esse era o objetivo), mesmo assim, o filme transcorre bem, e você simpatiza com os dois. O que eu não gostei muito foi a cena amadora, com uso de reflexos que na minha opinião não funcionaram. Eu acho que depois de tanto silêncio, essa cena deveria ter sido com a mesma intensidade.
É um filme bom. Fotografia bem bonita, uns jogos de câmera interessantes, mas, faltou algo, essa é a sensação que ficou.