Frank Bonneville (Eric Bana) e Ricky Gervais (Ian Finch) são funcionários da modetsa ráido nova-iorquina Q365 News. Preocupado com o cargo e pensando em alavancar a audiência, Frank e Ian simulam um sequestro dentro de um país sul-americano em plena guerra civil. A empreitada dá certo, mais sai dos trilhos quando as supostas consequências são colocadas em xeque.
Trata-se de uma comédia de baixo orçamento da Netflix UK e comandada pelo também ator Rick Gervais, mas curiosamente torna-se interessante pelo seu núcleo, cuja propagação de uma falsa notícia é adotada por uma nação que muitas vezes sequer raciocina sobre sua veracidade. Em épocas nas quais notícias falsas dão o que falar, este divertido SPECIAL CORRESPONDENTS mostra um lado cômico, mas verídico de potenciais mentiras usadas em prol da audiência jornalística.
Uma comédia engraçadinha que em dias de notícias fake pela internet acaba sendo interessante de assistir. Dois jornalistas vão se meter numa furada quando precisam cobrir um país distante que está passando por um momento político turbulento, e não é o Brasil, mas não conseguem viajar até lá. Resolver fazer a cobertura dos fatos da esquina mesmo e inventando que puderem, tipo as páginas de Facebook que temos por aqui.
Ricky Gervais arrisca pouco, mas ganha. Special Correspondents tem a cara e o gosto do diretor/roteirista em suas inúmeras comédias (The Office, Derek, Life is Too Short), mas por se tratar de um longa-metragem, evita a batidíssima câmera na mão e tenta criar uma ficção de fato.
Dá para assistir ao filme fuçando no celular.... e as perucas da Vera Farmiga são horrorosas... mas... vou continuar assistindo para passar o tempo, ver Gervais (gosto muito) e saber como termina... bom passatempo.
O elenco é facilmente um dos acertos do filme. Eric Bana (de Star Trek, A Fuga) tem o charme de dez George Clooneys interpretando o repórter canastrão; Vera Farmiga (Invocação do Mal, Amor sem Escalas) está ótima como a companheira do técnico de som – papel de Gervais, que nunca tem muito o que surpreender com suas atuações, mas não compromete.
Raúl Castillo e America Ferrera, que dão vida ao casal de imigrantes cúmplice dos jornalistas, são os responsáveis por alguns dos momentos mais divertidos. O roteiro tem um humor ácido, com boas piadas que cutucam a mídia e a espetacularização da coisas. Mas a história se perde no meio, e o espectador pode sofrer mais que do qualquer correspondente de guerra.
A mentira da dupla vira uma bola de neve quando ela é dada como desaparecida na América do Sul sem sequer ter saído dos Estados Unidos, criando um novo enredo que passa a ter mais destaque que o principal. Este só volta a ganhar desdobramentos próximo ao fim, quando Gervais talvez tenha pensando “caramba, é mesmo, eu preciso concluir isso”. E então tudo volta a acontecer do nada.
Também vale avisar que a dica é se desligar da realidade. O roteiro tem momentos completamente inverossímeis, mas não vou me aprofundar nessa parte para evitar spoilers. Apenas tente não pensar que todas as armações, do primeiro ao último minuto, poderiam ser desmascaras com quatro minutos de investigação do FBI. Assistir Special Correspondents, com todos os poréns, pode ser divertido.
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