Bem na ação, mal no resto
por Lucas SalgadoNeste período pré-eleição presidencial nos Estados Unidos, muito tem se ouvido falar em Benghazi. Principalmente por causa do candidato republicano Donald Trump, que não perde a oportunidade de citar o caso para tentar diminuir o prestígio da candidata democrata Hillary Clinton. No dia 11 de setembro de 2012, um posto diplomático e um complexo da CIA foi vítima de ataques terroristas em Benghazi, na Líbia. Então Secretária de Estado Americana, Clinton é criticada por não providenciar a segurança necessária aos prédios americanos.
13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi conta justamente esta história. E aqui cabe uma defesa do filme. Por mais que Michael Bay seja notoriamente conservador, por mais que Trump esteja usando a produção em sua campanha para manter o assunto vivo, o longa em si não procura levantar bandeiras políticas. É aquela patriotada toda que Bay gosta, mas não procura criar vilões, apenas tenta criar heróis.
Bem superior a saga Transformers, 13 Horas é tudo aquilo que se pode esperar de um filme de Bay: cortes frenéticos + personagens militares + bandeira dos Estados Unidos + explosões, explosões e explosões! Quem gosta do diretor pode ir sem medo e mesmo quem não gosta deverá admitir que ele realmente conseguiu criar momentos de tensão e ação muito impressionantes. Ao contrário da série dos robôs alienígenas, aqui a ação continua frenética, mas não é tão confusa.
Se as sequências de ação funcionam, o mesmo não se pode dizer das demais. Bay realmente deveria tentar segurar a mão nos cortes. Tomadas de 2, 3 segundos não fazem o menor sentido em cenas "mais tocantes", como personagens conversando com a família. O espectador chega a ficar incomodado no início da produção.
O filme foca sua atenção em seis soldados privados, todos ex-militares, que trabalham na segurança do complexo da CIA. Eles não estão autorizados a atacar, possuindo uma função meramente de prevenção, uma vez que são contratados e não parte do exército dos Estados Unidos. Quando o posto diplomático local sofre ataques terroristas eles vão contra suas ordens e decidem deixar o complexo da CIA para defender o local em que se encontrava o embaixador americano.
John Krasinski, James Badge Dale, David Denman, Dominic Fumusa, Max Martini e Pablo Schreiber interpretam os seis soldados. Conhecidos pelos trabalhos em The Office e Orange Is The New Black, Krasinski e Schreiber, respectivamente, estão muito bem e surpreendentemente convencem em cenas de ação. Nenhum dos atores está mal, embora Martini e Fumusa possuem interpretações menos interessantes.
David Costabile, Alexia Barlier, Toby Stephens, Manuel Cauchi e Freddie Stroma completam o elenco do filme escrito por Chuck Hogan e baseado em livro homônimo de Mitchell Zuckoff. Como se espera num longa de Bay, 13 Horas vai bem na ação, mas mal em todo resto.