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Nelson J
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1.704 críticas
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5,0
Enviada em 17 de maio de 2017
Um filme extraordinário. Um escritor da pequena cidade de Salas na Argentina, muda para a Europa aos 20 anos e lá faz muito sucesso, chegando ao Nobel de Literatura pelos 60 anos, mas ele considera isto como sua morte, pois um escritor deve ter uma visão crítica do mundo e se a academia, os escritores, os críticos e a imprensa o consideravam o melhor, é porque ele teria sido absorvido pelo establishment. A partir dai, ele recusa inúmeros convites para conferência, homenagens e outros compromissos, mas é surpreendido pelo convite do prefeito da Salas para que faça uma série de palestras, receba homenagens e o título de Cidadão Ilustre de Salas. A princípio ele não quer, mas algo o move a aceitar, mas chegando lá muitas coisas do passado ressurgirão, assim como o distanciamento da sua visão de mundo da corrente em Salas. No final ele será criticado, humilhado e morto, mas ele reaparece para o lançamento de seu livro de mesmo título e é perguntado sobre o que é real e o que é ficção, ao que ele responde que tudo são representações e que nada é exatamente o que parece. Belíssimo filme e magistral interpretação do protagonista. Cine Argentino de alta qualidade e potencial candidato ao Oscar 2017.
O Cidadão Ilustre é sobre esse escritor argentino, vencedor do Nobel, que volta para casa, na província, para reencontrar o passado. Sua literatura alimenta-se de suas experiências e ele, de certa forma, faz nos livros o que não deixa de ser uma caricatura da humanidade, concentrada, ou expressa, na população de Salas, o ‘pueblo’, o que produz ressentimentos.
o filme argentino simplesmente sensacional com história que prende do começo até o fim e principalmente com esse fim que deixa de boca aberta Muito bom recomendo 🌟🌟🌟🌟
Obra-prima. Os diretores argentinos acertaram de ponta a ponta: construção de roteiro perfeita, argumento consistente, tensão crível, humor ácido e inteligente, e atuação impecável do excelente protagonista Oscar Martínez. Brilhante.
É uma obra muito bonita, muito leve, mas profunda. É um retrato, de como temos portas fechadas, que são muito dificil de serem.abertas, e quão drástica podem causar.
Bem Vindos a Salas. Excelente produção que mostra mais uma vez o vigor e a criatividade do cinema argentino. Lembra muito as comédias italianas dos anos 60 e 70, com sua sensibilidade aguçada e critica, das relações humanas em momentos ternos e ferinos, de Cineastas como DINO RISI, SCOLA ou MONICELLI. Aquela pequena cidade de Salas perdida e parada nos confins da Argentina, onde o famoso escritor e ganhador do Nobel, o escritor Mantovani nasceu e viveu até os vinte anos, serve de metáfora das mazelas humanas e seu populismo politico, como no juri de um concurso de pintura. Uma critica mordaz no pachorrento cotidiano de uma cidade congelada no tempo e que vive nas linhas do escritor Mantovani para o bem e para o mal. Os embaraços do que escreveu e conflitos de recordações amargas e não cicatrizadas surgem na volta do novo Cidadão lustre de Salas . Um filme de um humor matreiro e eficaz com personagens cativantes e inusitados.
Oscar Martinez está impecável no papel de Daniel Mantovani, um escritor argentino ganhador do prêmio Nobel, que um belo dia aceita o convite para voltar a sua cidade natal, uma provinciana e atrasada cidade no interior do país. Sua verdade ácida, espanta as pessoas e a sua falta média com os costumes medíocres da população o fazem ser odiado por quase todos. O filme acaba sendo uma crítica ao conformismo social que muitos vivem, ignorância cultural e o puxa-saquismo com os mais poderosos. Um ótimo filme, que tem em Oscar o seu ponto forte.
O CIDADÃO ILUSTRE é um grande, enorme filme. Faltou muito pouco para que eu pudesse colocá-lo numa lista toda minha de obras-primas. Talvez um tropeço leve aqui, outro ali, alguma obviedade, talvez o pedantismo do ator misturando-se ao pedantismo da personagem, sei não. Mas, fora essas migalhas incomodativas, o conjunto é de uma excelência muito própria do cinema argentino que tenho visto nos últimos anos. A todo momento, o filme, além de tecer uma teia de encontros entre o ridículo das situações e os mais comuns dos desejos humanos, indaga qual o papel da arte, o que ela pode mudar no mundo e se é verossímil o que ela retrata. A antipatia da personagem principal revela-se, depois, uma couraça fulgurante que continuará questionando o mundo e nos levará às fatais questões: é tudo verdadeiramente claro? A arte pode ser vivenciada na própria carne? Filmaço!
O cidadão ilustre é um filme que se destaca na mediocridade de histórias fúteis do cinema pipoca. O escritor Daniel Mantovani, (Oscar Martinez) laureado com o Nobel de literatura, não perde oportunidade para revelar a sua irreverência diante da apática sociedade de consumo que vai se afastando da cultura de amplitude, para se apegar à cultura dos modismos passageiros. Apos 40 anos na Europa e convidado para receber um premio em sua cidade natas na Argentina. As falas de Mantovani vão sempre apontando o contraste entre o que se passa realmente, e as aparências que as pessoas dão aos acontecimentos para fantasiar a realidade com as cores da mentira. Mas ele se opõe a esse estado doentio em que vive a sociedade humana, mostrando rigorosamente os embustes e falsidades que se embutem na vida real, tornando-a meras aparências que vão sobrevivendo pela falta de coragem de enfrentamento claro e objetivo. Ele diz que os intelectuais se escandalizam com as frases simples, mas efetivamente, é nessas palavras que se encontram as verdades que perturbam os acomodados e indolentes que, presos aos seus vícios e pendores, não querem conhecer o real significado da vida.
Existem ótimos filmes que vêm da Argentina, Uruguai, Oriente Médio, Europa, e acho que, em se tratando de cinema adulto, Hollywood podia ser, via de regra, a última opção. O Cidadão Ilustre tem uma ótima história, ótimos personagens, ótimas interpretações, afinal são atores, não celebridades. Não é uma comédia, mas alguns papéis são muito espirituosos e também o são a cena em que é apresentada ao escritor a filha do amigo e a cena em que ele tem que aprovar quadros pintados por moradores locais. Em relação às críticas que ele faz aos quadros, que eu concordo plenamente, faz um contraponto muito apropriado com a cena em que ele faz ao recepcionista do hotel a crítica ao conto deste. Talvez uma forma de deixar claro ao espectador que não havia má vontade do escritor na avaliação das pinturas, mas capacidade de análise artística. Daniel é um escritor de personalidade firme e resoluta, e sua pequena cidade natal está retratando verídica e tragicamente como as pequenas cidades ainda podem ser tão retrógradas e por isso perigosas.
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