As Aventuras de Robinson Crusoé: Crítica AdoroCinema

Criado no século XVIII pelo escritor Daniel Defoe, Robinson Crusoe é um dos personagens mais famosos da literatura. Suas aventuras ganharam inúmeras adaptações para os cinemas, inclusive uma comédia nacional com Grande Otelo e Costinha. Agora, a história ganha uma versão belga na forma de animação.

As Aventuras de Robinson Crusoé é uma obra bem animada, mas que peca ao deixar de lado seu personagem-título. Voltada para o público infantil, a história poderia ser estrelada por qualquer pessoa. Robinson Crusoé, na verdade, parece presente mais para despertar o interesse no filme do que pela vontade de contar sua história. 

Na verdade, os protagonistas da trama são os animais que habitam a ilha em que Crusoé naufraga. Um bode, um papagaio, uma porca-espinho, um tatu e outros bichos estranham a presença do humano, mas aos poucos passam a conviver bem com ele. Juntos, irão enfrentar uma grande ameaça: um grupo de gatos.

Sim, as principais ameaças do filme são gatos. Diante disso, uma série de cenas em que muita confusão acontece, mas tudo muito bobo e simples. Num universo em que as animações se aproximam cada vez mais do público adulto, As Aventuras de Robinson Crusoé vai funcionar apenas para crianças. E só para aquelas bem novinhas, mais interessadas em cores e explosões do que numa história realmente interessante. 

Do mesmo diretor de Sammy: A Grande Fuga, o longa é bonitinho, mas praticamente sem conteúdo. Personagens desinteressantes, ritmo lento e uma solução completamente insatisfatória. O filme parece não saber o momento de terminar e acaba pegando a primeira oportunidade que passou pela frente, abandonando diversos personagens em sua conclusão.

A ideia do filme era apresentar uma animação com qualidade o bastante para competir com estúdios como Pixar e Dreamworks. Visualmente pode até ser. Em termos de narrativa... está anos-luz de distância.