Bourne, Jason Bourne.
Falecido em 2001, o escritor Robert Ludlum deixou em seu acervo de obras, nada mais nada menos que a trilogia protagonizada por Jason Bourne. Tal feito levou o estúdio Universal a revitalizar o formato de filmes de ação, criando um estilo em que a inteligência da narrativa é o foco dentro da produção, assim como se repete neste ótimo Jason Bourne.
Embora seja o quinto filme da franquia, esta é a quarta participação de Matt Damon como o protagonista, que vive recluso como lutador de rua ao redor do planeta. Em uma de suas "brigas", ele é descoberto por Nicky Parsons (Julia Stiles), a qual descobre informações sobre o passado não somente do projeto Treadstone, mas da vida pessoal de Bourne. Interessado pelas recentes informações, o protagonista volta a ativa com o objetivo de investigar a fundo as novidades levantadas por Parsons.
Sabendo das novas investidas de Bourne, o diretor da CIA, Robert Dewey (Tommy Lee Jones), conta com apoio da especialista em segurança de informação Heather Lee (Alicia Vikander) para não só descobrir o paradeiro do ex-agente, mas recrutá-lo com base no histórico original do projeto. Bom, as motivações que ligam Jason e Lee é o que movem grande parte da narrativa desta excelente obra cinematográfica.
Assim como disse o diretor Paul Greengrass em uma entrevista para promover o filme, os tempos são outros e fazer jus ao espaço de tempo entre o terceiro filme e este era a maior tarefa do roteiro. Não há dúvidas de que essa evolução fora alcançada, em especial no que diz respeito a tecnologia, elemento este que faz uma grande diferença no contexto, principalmente no que toca a privacidade e confiança pós Edward Snowden. Bourne também está mais atento às pessoas e como elas se comportam na tentativa de ajudá-lo, confiança é algo que se mostra improvável naquele universo tão realista.
Talvez um dos detalhes que mais causam estranheza e podem tirar parte do mérito do filme é a imensa necessidade que o diretor tem em deixar a câmera em movimento, dá-se a impressão de que o operador de câmera sofre do mal de Parkison... mesmo em situações em que alguém está ao telefone a imagem fica balançando em um recurso visual questionável, nas cenas de ação então quase não se entende o que ocorre. Por falar em sequências de ação, o novo filme mantém a mesma qualidade nesse aspecto, trazendo cenas bem organizadas e complexas, com destaque para a impressionante perseguição ao final do terceiro ato.
Mantendo a qualidade de seus predecessores, JASON BOURNE revive uma das mais inteligentes e funcionais franquias de ação do cinema, possui uma história complexa permeada com diversos elementos dos filmes anteriores e ainda inserindo novidades que clama a devida atenção. Ha espaço para novas continuações, já que o desfecho é pontual mas não definitivo, deixando margem para que Bourne retorne também na presença de Matt Damon.