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Kamila A.
7.498 seguidores
802 críticas
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4,0
Enviada em 19 de dezembro de 2014
O Parque Nacional Virunga, que fica localizado na floresta equatorial do Congo, na fronteira com a Uganda e Ruanda, é o mais da antigo da África e uma das áreas que contém a maior reserva de biodiversidade do planeta terra. Além disso, o parque é o lar de quase um quarto dos gorilas de montanha do mundo – uma espécie ameaçada de extinção. A luta pela preservação deste ambiente é o objeto principal do documentário “Virunga”, dirigido por Orlando von Einsiedel, produção original do site de streaming Netflix.
O documentário enfoca, principalmente, as figuras dos guardas florestais que se arriscam para proteger o parque, que também é considerado patrimônio da humanidade pela UNESCO. Comandados por Emmanuel de Mérode, um príncipe belga, são esses guardas florestais os verdadeiros heróis pela resistência do Parque Nacional Virunga aos interesses de multinacionais (como a SOCO, empresa que trabalha com a exploração de petróleo), aos grupos de rebeldes armados que são típicos do continente africano, às instabilidades políticas da própria República Democrática do Congo e aos caçadores particulares que tentam dizimar, sempre que possível, a população de gorilas que abriga o local.
Um dos momentos mais fortes de “Virunga” é quando uma correspondente inglesa no Congo, acostumada a relatar em suas matérias sobre os casos de tentativas de interferência no parque, afirma que o que a deixa mais abismada é o fato de, mesmo ela relatando toda a série de absurdos que ali ocorrem, as pessoas continuarem as suas vidas como se nada tivesse acontecendo ou sem tentar fazer nada para ajudar os guardas florestais que tanto lutam por Virunga.
De uma certa maneira, este documentário é uma resposta direta a essa aflição dela. O que Orlando von Einsiedel faz com seu filme é mais uma tentativa de chamar a atenção da população do mundo inteiro sobre o que está acontecendo em Virunga. Eles ainda estão correndo perigo e está em nossas mãos o poder de ajudá-los. É o cinema, mais uma vez, cumprindo com o seu papel social de nos ajudar a fazer as modificações necessárias para a nossa evolução como sociedade.
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