Quem assiste A criada depois de assistir Fingersmith, fica decepcionado. Mas se a gente assistir ao filme A criada sem fazer comparações com Fingersmith, o filme recebe nota 10 pela criatividade do diretor em ter mudado muitas coisas, inclusive o ponto forte da história de Sarah Waters, que é a trama criada pela Mrs. Sucksby. Em matéria de erotismo, o filme está de parabéns. Mas prefiro a história original.
Chan-wook Park é um dos diretores responsáveis por colocar a Coreia do sul no topo do cinema mundial. Já se passaram quase 20 anos desde que seu "Oldboy" de 2003 abriu caminho para que muitas obras do cinema coreano atravessassem as fronteiras e ganhassem o respeito dos críticos e dos cinéfilos do mundo inteiro. Em "A criada" (2016), o diretor renuncia em parte aos excessos de violência gráfica que caracterizam seus filmes para desenvolver uma história mais orientada a um público adulto. Uma história de intrigas, trapaças e paixão onde o conteúdo erótico é perfeitamente funcional ao roteiro, nunca usado "de graça" como artifício para ganhar facilmente o espectador. A trama do filme se desenvolve em volta de 3 personagens: uma mulher rica que vive com um tio pervertido que engana os senhores locais vendendo-lhes livros falsificados por raros, um vigarista que tenta fazer com que essa mulher se apaixone por ele para dar o golpe e pegar o dinheiro, e uma jovem criada. O filme é dividido em 3 partes, cada uma vista pelos olhos de um dos personagens: primeiro da criada, depois da rica mulher e por fim do vigarista. Através desse recurso o espectador fica mudando a própria perspectiva sobre os personagem à medida que muda o ponto de vista. As reviravoltas, típicas de Chan-wook Park se inserem perfeitamente no roteiro, ajudadas pelas ótimas atuações e pela construção dos personagens cujas motivações são sempre convincentes. A fotografia, belíssima, alterna os espaços abertos e as lindas cores do jardim da casa com a frieza e o intimismo das cenas internas, quase claustrofóbicas. As cenas mais ousadas são um capítulo à parte: a fotografia captura toda a sensualidade e as cenas ganham força descritiva graças à ângulos inusitados. O figurino, a maquiagem, a composição das cenas são perfeitas; a decoração mistura o estilo japonês dos anos 30, época em que os eventos acontecem, quando a Coreia era dominada pelo Japão, com o estilo vitoriano. Ótima a direção e a trilha sonora, nunca excessiva. Apesar de ser um filme para um público adulto, "A criada" está entre os 100 maiores sucessos de bilheteria de todos os tempos na Coreia do Sul. E com toda razão!
Já é do feitio do celebrado diretor coreano Park Chan-Wook as narrativas super intrincadas cheias de reviravoltas catárticas. Em seu mais novo longa-metragem, A Criada, um conto erótico e minunciosamente elaborado sobre trapaças e paixões, a regra não é diferente. Apenas com o set-up logo de início, não dá para se esperar nada menos que um thriller sensual, inteligente, e visualmente estonteante. Por mais que em momentos o filme soe um tanto quanto repetitivo ao querer dar ''uma de esperto'' no público cena após cena, sua trama central e personagens interessantes compensam eventuais deslizes do roteiro. Porque por mais que o enredo seja de fato muito bem elaborado, a partir da segunda reviravolta as coisas vão ficando um pouco previsíveis e tateantes, já que essas artimanhas de Chan-Wook já são conhecidas de outros carnavais, então nós nunca ficamos realmente desarmados quando vêm outro ''twist''. O curioso é tudo acabar em anticlímax, já que até ali o filme se apequena, virando nada mais que um drama sobre amor proibido, com uma correria de fuga que já vimos antes. A duração também é extensa demais, apesar das cenas mais lentas serem muito bem feitas, com ângulos e movimentos de câmera criativos que ajudam a passar o tom e mensagens do filme, não dá para deixar de ter a impressão de que todos os arcos dos personagens poderiam ter se resolvido em menos de duas horas. Relevando os defeitos pontuais, este é sem dúvidas um ótimo filme que conta com um trabalho de direção e interpretação de primeira linha, além de fazer uma ótima inversão de contexto do romance Vitoriano no qual se baseia em parte. Destaque também para a trilha sonora. Quem estiver à procura de um filme sensual e interessante, A Criada é a pedida certa!
Um dos melhores filmes coreanos, juntamente com 'old boy' e 'em chamas'. Enredo bem elaborado e perfeitamente conduzido, atrizes lindas, atuações intensas e reviravoltas magistrais. Gostei de cada parte desse filme. É interessante assistir sozinho, a experiência é mais profunda.
Excelente filme sobre traição e com reviravoltas que abrange um roteiro inteligente e muito bem construído nos três atos. Elenco todo está formidável com atuações eficiente. Destaque também para o visual do filme com uma direção de arte linda e fotografia atraente. A criada é um filme oriental de primeira qualidade.
Senti muito a vibe de Garota Exemplar - com o enredo sendo dividido em 3 partes, com personagens inicialmente rasos mas que conseguem expressar dimensão ao decorrer do filme e achei incrível como as 3 partes se correlacionam de uma forma inteligente. Nunca senti tantas emoções ao mesmo tempo como quando assisti a esse filme. Muito inteligente e bem construído, amei o final de cada uma das partes.
Caso você continue navegando no AdoroCinema, você aceita o uso de cookies. Este site usa cookies para assegurar a performance de nossos serviços.
Leia nossa política de privacidade