“O Legitimo Rei”, novo filme de David Mackenzie vem com a proposta de continuar a historia do clássico “Coração valente” e por muitos, foi lhe dada a alcunha de “Novo coração valente” porem o longa está em um patamar abaixo e peca justamente no que “Coração Valente” tem de sobra, Sentimento. David ao dar um contexto histórico tenta deixar seu roteiro mais fluido, mas isso não acontece, pois a contextualização é dada sem profundidade, somos inseridos em uma Escócia que vive uma briga de poder, e de repente, estamos vendo a disputa de 2 reis ao trono, os acontecimentos que levam a isso são muito rápidos e até um pouco confusos e ficcional, tudo é feito no primeiro ato, deixando os dois seguintes para conflitos.
Tecnicamente, “O Legitimo Rei” é muito bom por inovar algumas técnicas em um filme de idade media, como por exemplo, a câmera de mão, usada em diversos momentos e uma alta utilização de zoom in e out, é claro, isso tira um pouco da parte épica do filme, mas é muito gostoso ver tais recursos sendo bem aplicado e dar um ar de “Diferentão” ao filme, outro ponto a ser falado, é os planos sequencias, que são usadas em algumas cenas, mas principalmente, na primeira cena do filme a onde temos um plano sequencia de quase dez minutos lindíssimo. O filme tem uma trilha sonora boa, mas que clama um pouco mais de euforia, a montagem, edição e mixagem de som são boas, principalmente nas batalhas, que são simples, mas cruéis, turbulentas, sanguinárias, com muita violência gráfica e atordoamento, mas também falta um fator “épico”. Chris Pine não está bem no papel, o ator não transmite carisma e não faz o telespectador acreditar em sua luta, é como se não torcêssemos por ele ou simplesmente não nos importássemos com quem será rei, falta emoção e paixão ao ator, mas os destaques de atuação ficam para Billy Howle e Callan Mulvey além de Florence Pugh, que é prejudicada pelo roteiro, que coloca seu núcleo de lado e em determinado momento do filme, simplesmente é abandonada da drama deixando um bom recurso dramático de lado.
Alguns termos nessa critica são comuns, e irei me utilizar deles para concluir, para começar, a falta do fator “épico”, o “Legitimo Rei” parece um filme, simples, menor, isso se dá pelo conjunto de fatores técnicas, que não são ruins, mas que ficam estranho nessa proposta de filme, além disso, a falta de emoção, sentimento, alma, espirito e coração, são culpa da parte artística pelo roteiro que não entusiasma e pelo atuação de Chris Pine que não convence, não tem como se emocionar vendo o filme, torcer ou acreditar no protagonista durante o longa, sua causa não nos traz sentimento. Mas mesmo assim, “O Legitimo rei” dentro de seus problemas, é um bom filme, divertido, com alguns recursos legais e historia bacana. Nota 7.