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    Na Ventania
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    3,7
    10 notas
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    4 Críticas do usuário

    5
    2 críticas
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    Rodrigo R.
    Rodrigo R.

    27 seguidores 73 críticas Seguir usuário

    3,5
    Enviada em 7 de agosto de 2017
    Gostei bastante da maneira diferente de como a história do filme foi contado, e a perfeição das imagens que falam por si, com extrema perfeição e uma narrativa caprichada e que consegue de certa forma emocionar.
    Nelson J
    Nelson J

    48.000 seguidores 1.697 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 4 de julho de 2016
    Filme de grande impacto sobre o holocauso soviético, quando Erna, marido e filha são tirados do seu lar na Estônia pelo comando de Stalin e enviados para a Sibéria. Ela nutrirá esperança, mesmo com a morte da filha por desnutrição e doença e enviará constantes cartas para os eu marido, que ela não sabe exatamente onde está. Após a morte de Stalin, aos poucos os prisioneiros são liberados e ela volta para seu pais, mas seu marido está condenado a morte e nãos e encontrarão mais. baseados em fatos reais e nas cartas da Erna. Belíssimo e impactante filme em preto e branco com narrativa a partir das cartas e cenas congeladas como fotos em D, vistas sobre vários ângulos. Cinema de arte e crítico. Merece ser visto.
    Bruno Campos
    Bruno Campos

    599 seguidores 262 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 24 de fevereiro de 2018
    Absurdante e impressionante filme praticamente mudo sobre os horrores do holocausto soviético na Estônia durante a 2a Guerra. De forma inédita e poética, o diretor Martti Helde transmite as micro sensações durante as perdas dos personagens, vividos por atores em “ação suspensa”, como se fosse um filme de fotografias. Com esta técnica, o espectador é instado a sentir a guerra por milímetro, sem direito a misturar os sons e pequenas tragédias num grande barulho indiferenciado. Como bônus, uma tese metapsicológica sobre a memória do traumático. Emocionante, sem tréguas ou atenuantes.
    Vikingbyheart
    Vikingbyheart

    2 seguidores 20 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 17 de junho de 2016
    Há 75 anos atrás, na madrugada de 14 de junho de 1941, mais de 40 mil pessoas foram deportadas da Estônia, Letônia e Lituânia. Esse foi o começo dos banimentos em massa à Sibéria e a outras regiões remotas da URSS promovido pelas autoridades soviéticas. Sob ordens secretas de Stalin, essa operação tinha por objetivo afastar de seus países de origem os dissidentes do regime socialista de modo a aplacar qualquer oposição, além de promover uma limpeza étnica da região. Entre essas milhares de pessoas deportadas estava Erna Tamm (Laura Peterson) e sua família (filha e marido). O filme Risttuules (no original) ou Na Ventania (em português) foi inspirado nas cartas de Erna escritas da Sibéria para o seu marido, Heldur (Tarmo Song), de quem foi separada pelos soviéticos.

    Em seu primeiro longa-metragem, o diretor estoniano Martti Helde foi ousado em sua proposta: realizar um filme de arte, em preto e branco, através da técnica dos tableaux vivants, para recriar fotograficamente as lembranças descritas nas cartas. Em oposição à tradicional narrativa cinematográfica em movimento, o tableaux vivant utiliza-se de planos estáticos, com personagens parados enquanto a câmera percorre lentamente o ambiente. O momento observado é congelado, permitindo dar enfoque aos detalhes sutis de cada cena, assim como às expressões dos atores e sua linguagem corporal. Tudo nos leva a acreditar que estamos diante de uma representação fotográfica comum, que só é desmentida por conta do vento que movimenta alguns objetos, como peças de roupa, galhos e folhas de árvores ou folhas de papel. A narração em off de Laura Peterson complementa a recriação dessas memórias, descrevendo eventos e os sentimentos da protagonista.

    Erna Tamm levava uma vida normal e feliz com sua família até o momento em que a guerra entrou em suas vidas. Para retratar essa mudança radical e abrupta, o tempo passou a transcorrer em outra dimensão, sendo demarcado pela composição das imagens tableaux vivants. E ele assim permaneceu até o fim desse período trágico e angustiante na vida da protagonista, quando a guerra chegou ao fim. Ao longo de toda essa jornada, contemplamos as crueldades soviéticas, com os deportados sendo transferidos em condições desumanas dentro de vagões de animais, sofrendo humilhações, sendo submetidos a trabalhos forçados, fome, frio, além de perder parentes, amigos e acima de tudo, a liberdade. A trilha sonora e os sons ambientes ajudam a caracterizar o clima de lamentação e melancolia do filme: quase toda a esperança foi perdida.

    O drama humano vivido pelos habitantes dos países Bálticos resultou em mais de 590 mil vítimas do holocausto durante a ocupação soviética. Com o desmembramento da URSS, a Rússia, sua sucessora, além de manter uma retórica que nega os crimes cometidos, ainda glorifica o passado soviético, seus líderes, símbolos e ações.

    Esteticamente impecável, de caráter contemplativo, como toda obra de arte se propõe a ser, e com um ritmo lento, Na Ventania definitivamente não é um filme para o grande público. A forma como é narrado foge do comum e pode não agradar a todos os gostos, provocando estranheza e monotonia em alguns espectadores. Muito além da história que se propõe a contar, o longa permite uma experiência sensorial única, que ao mesmo tempo é triste e bonita.
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