O Lamento: Críticas

O filme tem um bom clima de suspense, porém a duração do filme não ajuda, poderia ter sido mais enxuto, não é de todo ruim, porém o filme se perde as vezes no roteiro e deixa o expectador impaciente. Nota:6/10

Invocação do Mal 2? Quando as Luzes se Apagam? A Bruxa (Erghh)? Nenhum destes passou perto de ser o melhor filme de terror de 2016. Podem ter certeza que ele não está em nosso continente, e sim no país da insanidade, a Coréia do Sul. O Lamento é disparado (mesmo que não tenha assistido todos os filmes de terror lançados em nosso planeta no ano passado) o melhor filme, além do mais sádico, o mais amedrontador de todos. Confiram a rezenha crítica de O Lamento.

Terror e suspense em doses fortes. Policial percebe que sua região está tendo muitas mortes e estados e
de loucura e tenta desvendar o mistério que começa a afetar a toda a vila em que reside.

Poucos filmes de terror que eu vi são tão eficientes na estética e deficitários na história. Se bem que menos filmes ainda em que a história é muito boa, mas a estética apelativa, brutal.

Com a chegada de um misterioso japonês, no vilarejo de Beokong começam a acontecer fatos estranhos: pessoas ficam possuídas e matam os membros da própria família. O policial Jong-goo (Do-won Kwak, o ator de Parasita e A taxi driver) percebe que a jovem filha dele está diferente e ao mesmo tempo que vai investigando o japonês, tenta achar uma solução para o problema. Quando o desespero começa a bater, médicos, pastores e exorcistas entram na parada.
Com um roteiro perfeito, "O lamento" começa lentamente e vai acrescentando tensão com reviravoltas e um final surpreendente. O diretor, Hong-jin Na ("O caçador") joga com o espectador e consegue na última meia hora confundi-lo e deixá-lo cheio de dúvidas. O filme tem grande força descritiva: a cena do ritual para exorcizar a menina é espetacular!
Só tenho duas pequenas críticas a esse filme: a duração excessiva (2h e 35m), que porém nem é muito sentida visto que a trama flui muito bem, e a tentativa de jogar uma pitada de humor especialmente ridicularizando a polícia coreana, que neste contexto podia bem ser dispensado. De qualquer forma, esses são defeitos menores e são características comuns a muitos filmes coreanos. Felizmente, eles não chegam a desmerecer o conjunto da ópera, que se põe como um ótimo filme de terror cuja visão aconselho a todos!

Um filme para poucos. Confesso que tive de reassisti-lo para poder entende-lo.
Trata-se de uma obra sul coreana que engloba diversos gêneros: terror, suspense, drama, investigação e até comédia, está última, podendo tirar o telespectador do filme em alguns momentos, no entanto, se faz presente apenas no primeiro ato, dando um desenvolvimento ao protagonista que passa a se portar com a seriedade que o caso em voga necessita e que esperamos.
O suspense e o terror se fazem ao longo de toda trama, não é algo pontual como geralmente ocorre com os Blockbuster feito Invocação do Mal; obviamente que possue seus apices, mas estes elementos são brilhantemente sustentados ao longo de todo deslindar do enredo.
O filme é longo e demanda uma atenção constante para os elementos em cena, que contribuirão para o entendimento da trama no final, assim, está acaba se tornando uma combinação perigosa, pois devido a duração, somada a certos diálogos um tanto enfadonhos e repetitivos, pode nos gerar desatenção prejudicando a compreensão final.
As atuações são primorosas, especialmente a da menininha e do Estranho. A trilha sonora casa muito bem com a direção, dando aquele toque de perfeição para as mais distintas cenas e enquadramentos.
Recomendo fortemente para quem já está habituado ao cinema asiático, sua cultura e momentos pastelão e melodramáticos. Para os recém chegados, indico que busque outras obras, tal qual Impertigore, Parasita, Fuga da Meia-Noite, Round 6, Eu vi o Diabo, e outras, para familiarizar-se a este mundo novo e posteriormente tirar a melhor experiência possível dessa obra maravilhosa.

Goksung (título original) ou O Lamento (em português), o novo filme do diretor e escritor sul-coreano Hong-jin Na (conhecido por Chugyeogja - O Caçador - 2008 e Hwanghae - 2010), já é considerado uma das grandes obras dentro do gênero de horror, abordando uma parte macabra da cultura oriental sobre lendas, maldições, espíritos malignos e misticismo, sendo inclusive um dos destaques no Festival de Cannes.

Coincidentemente após a chegada de um forasteiro, uma estranha doença começa a se espalhar na pequena aldeia de Goksung, desencadeando uma série de assassinatos brutais. O que a princípio parece ser apenas crimes passionais logo toma contornos mais sombrios, visto que todas as mortes ocorrem em circunstâncias misteriosas. Encarregado da investigação o policial Jong-Goo (interpretado por Do Won Kwak, conhecido por Ajeossi - O Homem de Lugar Nenhum - 2010) busca por pistas e explicações para os trágicos acontecimentos. Quando sua filha, Hyo-jin (interpretada por Hwan-hee Kim), começa a sentir os estranhos sintomas da doença, ele passa a lutar contra o tempo para resolver o misterioso caso e salvar a vida dela.

Com uma narrativa cadenciada, O Lamento nos apresenta uma história folclórica associada ao misticismo oriental e também ao oculto, marcada por elementos de mistério, terror e sobrenatural, como guardiões, demônios e xamãs, e com o desenrolar da trama gradualmente ganha contornos mais intensos e inquietantes. A qualidade técnica é um dos aspectos que se destaca no longa-metragem. A fotografia e a trilha sonora proporcionam uma combinação imersiva e envolvente, enquanto a ambientação, expressa pela chuva constante, pelo lamaçal, pela precariedade da pequena aldeia, pelas características marcantes de uma pequena cidade do interior, além da maquiagem e dos cenários de massacre, consolidam o ar místico e lúgubre do filme, ampliando o mistério e prendendo a atenção do espectador.

O roteiro trabalha bem com as expectativas, construindo alguns personagens de maneira dúbia, sem explicitar as suas reais intenções. Uma história relativamente simples nos é apresentada de maneira complexa e intrigante, onde cenas aparentemente sem grande propósito nos revelam muito, exigindo atenção aos pequenos detalhes, sejam eles símbolos do ocultismo ou referências religiosas (Bíblicas). Corvos e cabeça de bode são utilizados ao longo da narrativa, simbolizando a morte e o mal presságio e remetendo ao profano e à bruxaria.

O filme consegue construir uma atmosfera de terror sem abusar dos truques típicos do gênero. Os momentos de humor são utilizados para tornar mais suave a abordagem de um tema que por si só já é bastante tenso. Aqui cabe ressaltar a ótima atuação de Do Won Kwak no papel caricatural do policial preguiçoso, atrapalhado e medroso, embora seja bem intencionado.

Com um trabalho competente do elenco, uma direção eficiente criando uma atmosfera que mistura mistério, terror e comédia além de proporcionar muita reflexão com um final aberto a diferentes interpretações e também por sua originalidade, O Lamento é um dos longas-metragens mais significativos dentro do gênero nos últimos anos.

Filme diferenciado,com atmosfera inovadora e enredo com reviravoltas inesperadas, spoiler:
final muito... veja kkkk.