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Rodiney
1 seguidor
13 críticas
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4,5
Enviada em 2 de junho de 2017
Excelente! Como dizia Fernando Pessoa: "A democracia é o mais estúpido de todos os mitos". Parece que o desejo de poder é algo comum nos seres humanos. Militares desejam o poder em nome da ordem e em nome da ordem são capazes das mais terríveis crueldades. O clero deseja o poder em nome de deus e em nome de deus também são capazes das mais terríveis injustiças. Os que gritam por liberdade, mas alucinados pelo sentimento de vingança, tornam-se mais totalitários que seus antigos algozes. Destaque para a atuação do pequenino Dachi Orvelashvili, o neto do ditador.
Os elementos chave do drama são brilhantemente explorados pelo Diretor nas ações do Jovem ator Dachi de cinco ou seis anos de idade. A atuação do menino, que arranca suspiros e lágrimas da assistência das mais variadas idades , sobrepuja de longe e totalmente a tentativa frustrada de fazer uma fábula política. As mensagens sobre como um ditador (diga-se de passagem como qualquer governante, político ou magistrado que se isola mesmo em democracias débeis ou sólidas) desconhece seu povo. As demais trivialidades de mostrar que os terroristas são tão criminosos quanto seus inimigos que eles querem depor são reveladoras de uma boa intenção do autor em mostrar que a lei de Talião da vingança eterna faz da vida uma total tragédia. O autor usa uma cena rara e muito bem feita que surpreende a plateia de um desejo mental do Presidente concretizado ao descobrir que aqueles que ele transporta nas costas eram os assassinos que mataram seu filho em ação terrorista.
Mas os elementos centrais do drama estão presentes para realçar o papel poderosíssimo do menino. Primeiramente o setting mostra a aridez do campo e a dureza da vida campesina. Cabanas miseráveis, ambientes de trabalho que exploram trabalho infantil, prostíbulo. Tudo vai deprimindo a platéia sobretudo pelo contraste com a ingenuidade, inocência, o alto astral, ânimo positivo e esperançoso do menino e seu amor e respeito pelo avô, com quem ele tem pela primeira vez a oportunidade de conviver diariamente e com exclusividade.
As frase inocentes e realistas vão aos poucos construindo uma tensão que permitem que a plateia faça uma imersão total no filme até o choque dramático do final em que a atuação do menino é magistral. A tensão é construída pelo foco crescente no menino em que são exploradas suas vestimentas que vão sendo trocadas para pior passo a passo, em que a expressão facial do jovem causa uma profunda impressão de solidariedade e piedade.
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