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    Os Árabes Também Dançam
    Média
    3,2
    11 notas
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    Eduardo Santos
    Eduardo Santos

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    2,0
    Enviada em 16 de novembro de 2015
    Um filme que fala sobre preconceito, intolerância e hipocrisia. Os tópicos apresentados são bastante relevantes e intrigantes. A história de um rapaz árabe e palestino que vai até Jerusalém estudar em meio a judeus e sofre para se adaptar ao que se passa em sua volta tinha tudo para ser top de linha, contudo, o filme peca por trazer uma série de temas interessantes, mas não os trata de maneira realmente impactante. spoiler: O jovem árabe discute com professores em duas cenas marcantes: ainda criança, ao ser questionado sobre a profissão do pai, ele responde que o patriarca da família é terrorista e mesmo com o auxilio de uma palmatória, o professor não consegue fazer o jovem mudar sua resposta – afinal, o filme mostra que o menino na verdade não sabe o que é ser terrorista; e já na faculdade, ele faz um discurso de como os estereótipos de árabes são tratados na literatura e enquanto a professora se faz perplexa, alguns alunos se manifestam a favor do rapaz.
    Há ainda um romance insosso entre o jovem e uma moça judia cujos pais prefeririam que ela se envolvesse com outras mulheres, ou que tivesse câncer, mas nunca namorasse um árabe. As cenas mais tocantes, porém, envolvem o árabe com um rapaz judeu de mesma idade, que sofre de uma séria doença degenerativa. A amizade dos dois é emocionante, e as cenas entre os dois estão dentre as melhores do filme, todavia, sem querer dar spoilers (mas já dando), spoiler: quando surge a oportunidade do jovem palestino se “tornar israelense", ele não demonstra pensar duas vezes, afinal, a vida de um árabe em Israel é notoriamente mal vista.
    O filme parece perdido em tantos temas e contraditório em suas propostas. Mostrar árabes comemorando ataques terroristas em Israel? Vemos isso no filme. Mostrar árabes como um povo discriminado e que só querem mostrar ao mundo que nem todos são “vilões”? Vemos isso no filme. Mostrar judeus intolerantes em relação aos árabes? Vemos isso no filme também. Uma série de clichês em uma narrativa arrastada e irregular. A impressão é que atiraram para todos os lados e que não chegaram à conclusão nenhuma. O final do filme mostra que os árabes dançam conforme a música. Quando oportunidades aparecem, dilemas e consciência são menores se comparadas à busca por uma melhor forma de viver. Trata-se de um filme que parece tentar fugir das obviedades, mas que só consegue mostrar estereótipos e falta de consistência. Um filme triste em vários sentidos.
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