Que época para ser nerd! Isso é comprovado pela quantidade de blockbuster que o cinema hollywoodiano tem produzido nos últimos dez anos e nada melhor para brindar e selar esse período do que um filme que resgata tudo aquilo que somos e vivemos ao longo de nossa jornada. O Jogador Nº 1 é o novo longa de Steven Spielberg, sim! O diretor de filmes consagrados aventurescos das décadas de 70/80 como Tubarão, E.T., Contatos Imediatos e Indiana Jones. O Spielberg de 2018 volta as suas raízes "moleque" e deixa de lado aquele aspecto sisudo de filmes dramáticos como Cavalo de Guerra, Lincoln, The post para mergulhar de cabeça em uma aventura que é um verdadeiro banquete para a cultura pop. O filme em questão é baseado na consagrada obra do escritor Ernest Cline (roteirista do filme) lançado em 2011 que nos mostra uma sociedade decadente no ano de 2045, passando por uma grande crise energética, onde destruição e pobreza são os cenários mais comuns. A única válvula de escape é o OASIS, uma realidade virtual onde a maioria das pessoas passa grande parte do seu tempo. No OASIS as pessoas estudam, trabalham, jogam e interagem umas com as outras, assim elas economizam combustível (recurso escasso), evitam ficar muito tempo em contato com a poluição e tem mais acesso a cultura e informações. Nosso protagonista é um jovem de 17 anos chamado Wade Watts (Ty Sheridan), um gamer fã do criador do mundo virtual James Halliday (Mark Rylance), que em seu testamento deixa uma missão para os jogadores, achar 3 chaves (Easter Eggs) escondidas no Oasis. Ao que conseguir tal façanha, herdará todos os seus bens, incluindo a gestão e controle do próprio OASIS, um prêmio no valor de centenas de bilhões de dólares. Nisso grandes corporações como a IOI de Nolan Sorrento (Ben Mendelsohn) entram no jogo. Só pela sua sinopse o filme já poderia ser considerado como o novo "Avatar" dessa época, não só pelo CGI decente, mas também pela questão de tratar a realidade virtual como salvador do real, além de brincar com conceitos de Realidade Aumentada, Oculus Rift, Slacktivism (Ativismo de Sofá) e nossa fixação por viver 24h conectados (Facebook), deixando de lado que é real. Spielberg nesse sentido faz um filme infantojuvenil raiz com camadas para várias interpretações, além de ser uma grande homenagem ao mundo geek e grandes diretores como John Hughes,George Lucas, Robert Zemeckis, Richard Donner e por que não Stanley Kubrick? Jogador Nº 1 foi a melhor sessão da tarde que assisti em 2018. Baita filmão!