GODZILLA 2: O REI DOS MONSTROS
Batalha de titãs: Nando Reis x Arnaldo Antunes?! Drama humano, de novo?!
Uma análise de fã para fãs. Por João Ferreira
A continuação dos eventos de Kong: Ilha da Caveira e Godzilla, mostra as consequências de um mundo devastado e a Monarca, uma divisão de pesquisa em parceria com as forças armadas americanas sendo chamada a prestar contas sobre suas pesquisas. Esse reboot unifica as histórias de kaijus, tão famosas e referência aos filmes de tokusatsu, gênero de obras cinematográficas japonesas, e outros monstros gigantes como King Kong nesse novo MonsterVerse da Warner Bros e Legendary. Nesse longa vemos muitas referências a Titãs, termo que não é tradução a kaiju, mas é um termo que melhor representar monstros, benevolentes ou não, como Kong e Gojira. Dirigido por Michael Dougherty, que atua também no roteiro, Godzilla 2 tem como elenco: Vera Farmiga como Dra. Emma, Kyle Chandler como Mark, Milleie Bobby Browm como Madison, Ken Watanabe como Dr. Serizawa, Zhange Ziyi como Dra. Chen, Brandley Whitfod como Dr. Stanton, Sally Hawkins como Dra. Graham e Charles Dance como Jonah.
Uma coisa é certa nesse longa: os humanos não fazem falta alguma na estória. Embora boa parte da ação seja proveniente de uma interferência humana, quando produzem um equipamento baseado numa tecnologia para afastar baleias da costa e usam para despertar um titã, após isso o que sobra são fases de efeito, drama e fugir de serem esmagados, algo que no final anterior era melhor retratado, dessa vez até eram quando tentam interferir e acabam quase abatendo um titã que é a única coisa entre a destruição global e a “convivência pacifica” entre monstros e humanos. Essa continuação entrega o que o longa anterior ficou devendo: Batalha de monstros, que são muitas e até melhores pois a ameaça de fato é maior e senso de problema ser de fato mais importante pois a quantidade de seres com potencial destrutivo ser globalmente distribuído mostrando que a Monarca estava a anos monitorando outros monstros e criando bases para estudar esses seres.
Originalmente Godzilla e King Gidorah, eram titãs conflitantes, na origem Gidorah era um tipo de Deus de Vênus, que destruiu tudo por lá e depois voa para Terra, aqui encontra e não fica claro mas ele pode ter sido contido por Godzilla ou uma aliança de titãs haja vista o Gidorah não responder a leis naturais do nosso planeta interferindo de forma negativa na composição do ar e criando tempestades como é mostrado no filme. Essa explicação de origem do Gidorah passa a ser mais cientifica no filme, mantendo o conceito original a base do conflito entre eles seja que ambos são alfa, exercem influencias nos demais titãs pelo globo.
A suspenção de descrença, é algo fundamental em obras desse tipo que tenta envolver ciência e fantasia. O mito dos Kaijus é originalmente japônes e o simples fato de existir seres assim parte dessa aceitação do impossível o que tornou o gênero tokusatsu um sucesso desde os anos 50. Outra ferramenta usada nesse filme é o de Mais e Maior. Um exemplo é quando algo funciona num filme usam no seguinte que nesse longa foi usar mais monstros, mais batalhas e mais efeitos especiais, que se torna o atrativo do filme haja vista que o incomodo do drama humano atrasa o filme e deixa tudo monótono, pois o intervalo das coisas no filme é feito de elipses muito rápidas ou que não explicam o tempo que o filme se passa. Como os efeitos especiais mostram tudo muito sóbrio, esfumaçado e obscuro, não temos noção se é dia ou noite e quanto tempo leva pra um grupo se deslocar de um ponto ao outro no espaço o que torna a experiência um tanto quanto caótica.
O paralelo de ação x drama humano é muito mal explorado pois as motivações são vagas. Os drama são pessoais e não drama da humanidade, essa proporção deixa ainda mais descartável a trama dos protagonistas e do elenco de apoio. O roteiro falsamente te induz a achar que a tem escala global quando na verdade interferência humana é cansativa pois os humanos são inúteis que só servem para explicar uma parte da estória dos monstros, fugir das batalhas ou interferir de forma errada.
Kong é uma fundamental referência pois é mostrado um silhueta do mesmo, a Ilha da Caveira é citada várias vezes e se você não viu Kong: A Ilha da Caveira, você não entendeu a função da Monarca, que é monitorar, estudar e extrair recursos dessas observação ou até mesmo conter e influenciar na hibernação dos titãs, além do filme Kong x Godzilla já está em produção e sua citação já era esperada. Outra coisa bacana do longa é a tradução do termo kaiju, que significa no oriente o mesmo que monstro estranho, para titãs caiu bem demais para a nova roupagem desses monstros nesse universo compartilhado da Warner/Legendary.
Comentando brevemente sobre a trama humana Mark e Emma, estiveram presentes nos acontecimentos de São Francisco de 2014, nesse duelo de M.U.T.U.S e Godzilla, consequências de cada um foi a perda de um dos filhos e isso gerou motivações diferentes. Emma é fundamental na pesquisa da monarca sobre titãs e se apropriando de parte da pesquisa de Mark, desenvolve um tipo de sonar que emite as frequências dos titãs, o Orca, equipamento esse usado durante o filme para induzir os monstros de diversas formas. Mark virou um fotografo e se afastou de pesquisas. Madison vive o conflito entre os dois pois apoia as ações da mãe e sente a falta do pai. Envolto desse drama pessoal que não convence, os atores se esforçando, mas motivações não funcionam, assim como roteiro não desenvolve os personagens deixando tudo raso e superficial. Embora as ações humanas sejam o que dar liga a narrativa o carisma dos personagens não atrai e mesmo sendo a sua presença fundamental, pois os titãs não falam e precisam de explicação o que é visto na tela, mais batalhas ou tempo de tela dos monstros agindo institivamente que fosse seria ai sim atrativo.
O fato é que Titãs roubam a cena, são muito bem construídos visualmente. As batalhas são muito bem feitas, mesmo quando escondidas por trás de desfoque da câmera, uma nevoa ou um tom escuro demais para definir se é dia ou noite. Em relação a nosso mundo eles são de fato titânicos e com todo o drama humano sendo abordado, nesse longa não vemos muito o drama do resto dos humanos que não seja dos protagonistas, cientistas ou militares, como foi visto no anterior, creio que seja uma falha no roteiro pois o plot twist que é definir interferir para apoiar um titã contra o outro acarretaria numa batalha que os humanos não teriam como definir onde ela seria e haveria muita destruição e não levaram em conta esse fato. Os efeitos especiais são muitos bons ao ponto de quem for fã de tokusatsu ter matado sua vontade com tanta referências, além de ter efeitos sonoros também muito bons, que distingue bem cada titã.
A grande batalha então quem posso concluir não foi entre monstros e sim drama humano x titãs lutando. A vilania não convenceu, os conflitos familiares não convenceu e nem a intenção de exterminar os titãs, haja vista já ter ficado claro que nenhuma arma seja capaz de mata-los que não seja os próprios titãs conflitando entre eles mesmo. O termo God ex Machina nunca foi melhor usado para definir uma inferência em filmes do gênero, pois Godzilla está em todos os momentos se mostrando inclinado, em teoria, a defender o mundo o qual conhecemos mantendo uma relação harmônicas como um tipo de mutualismo, onde ambos utilizam o planeta. Nesse caso é mencionado em um dado momento que somos como infecções e os titãs são o mecanismo utilizado para corrigir o curso das ações que degradem o mundo, o erro aqui foi forçar essa ação, criando um desiquilíbrio e forçando assim a Godzilla agir em prol do que achamos ser a nosso favor. Mas até quando?