Clube dos cinco
por Lucas Salgado24 anos após estrear nas telinhas, os Power Rangers estão de volta. E remodelados. Os icônicos super-heróis chegam aos cinemas buscando beber na fonte da nostalgia dos fãs. Busca, ao mesmo tempo, conquistar uma nova legião de fanáticos, com o potencial de gerar uma nova franquia cinematográfica. E é possível dizer que o longa foi bem sucedido, entregando bem para os fãs e também oferecendo um entretenimento bem razoável para aqueles não iniciados.
Jason, Billy, Kimberly, Trini e Zack são cinco jovens que não possuem muito contato, mesmo estudando na mesma escola e vivendo em uma pequena cidade. Determinado dia, eles se veem lado a lado em uma mina e acabam descobrindo cinco pedras/medalhas. Cada uma com uma cor diferente. Eles acabam dividindo os itens e logo percebem que foram transformados pelos mesmos. Mais fortes e resistentes, eles voltam ao local da descoberta para tentar entender o que está acontecendo. Eles, então, descobrem uma nave espacial, liderada por Zordon, que explica que eles são os novos Power Rangers e terão a missão de enfrentar a temida vilã Rita Repulsa.
Como um grande episódio de Power Rangers, o filme conta com uma história bem simples, de solução previsível e conflitos pouco desenvolvidos. Ainda assim, oferece uma boa dose de humor e um elenco em ótima sintonia. O quinteto jovem, formado por Dacre Montgomery, RJ Cyler, Naomi Scott, Becky G e Ludi Lin, funciona bem lado a lado, por mais que alguns deles - especialmente Dacre e Backy - não tenham muita expressividade.
Quem espera uma versão mais realista - e dark - de Power Rangers pode se decepcionar um pouco, uma vez que a produção opta por manter uma essência mais juvenil, como era na versão televisiva. Isso fica claro na utilização de elementos que remetem à produção original, como a participação especial de atores e a utilização da clássica trilha "Go Go Power Rangers".
Introduzindo os protagonistas como uma espécie de "Clube dos Cinco dos millennials", o longa desenvolve bem seus personagens e a relação entre eles, embora jogue alguns temas em cena sem conseguir tratá-los com mais profundidade, como bullying, jovens assumindo responsabilidades de adultos, relações LGBTQ etc.
Bryan Cranston é um Zordon meio Mágico de Oz. É mais um trabalho de voz do que realmente uma atuação marcante. Já Elizabeth Banks está bem como Rita Repulsa. Caricata? Sem dúvida! Mas não dá para exigir algo muito diferente de uma vilã de Power Rangers.
A atualização dos uniformes funciona, mas o filme era um pouco a mão no CGI, com alguns efeitos soando bastante artificiais, principalmente quando os Zords entram em cena. Curiosamente, o longa faz uma brincadeira com Transformers ao mesmo tempo em que investe num tipo de ação que está muito presente na franquia de Michael Bay.