Sem duvidas, adaptar um livro não é tarefa fácil, Alice no pais das maravilhas, Eragon(2006), Bussula de ouro(2007) e Hobbit(2012-2014) são alguns títulos que provam que adaptar uma obra literária para a tão amada sétima arte pode ser uma tarefa sufocante e bem árdua, em alguns casos, a participação do autor na produção gera muito mais desafios para o produtor, diretor e todo os outros profissionais envolvidos, pois em casos como o de Cinquenta tons de cinza(2015) muitos dos profissionais envolvidos se negaram a participar da continuação devido ao envolvimento da autora E. L. James, que exigia mais fidelidade e muitas outras cenas, que não foram possíveis serem incluídas, ainda sim o filme seguiu o que ela queria, o que resultou em míseros 25% no Rotten.
Por muita graça, esse não é o caso de O quarto de Jack(Room, no original), o envolvimento de sua escritora, Emma Donoghue, responsável pelo roteiro da versão cinematográfica de sua obra, conseguiu trazer uma ótima versão final para as telonas, onde deu total libertada ao diretor Lenny Abrahamson, e o mesmo fez questão de escutar a escritora, trabalho que fez a mesma se emocionar e dizer que ver suas palavras recriadas em um cenário tridimensional foi incrível.
Jack(Jacob Tremblay) e sua mãe, Joy(Brie Larson -Anjos da lei) vivem em confinamento, munidos de comida escassa e de pouca qualidade, aos "cuidados" de Velho Nick, o sequestrador que mantém em cárcere Joy, ja a 7 anos.
O longa é uma poesia de seu começo ao fim, a narrativa conta com a inocência e fantasia de uma criança, que nos guia em todo o processo de confinamento, fuga e ajuste a sociedade, e por mais que o nome do longa te de a entender que a história toda é a respeito do suposto "quarto", tudo começa a se desenrolar, quando Jack e sua mãe conseguem sair do mesmo.Ver a recolocação de Joy na sociedade e sua depressão pós-traumática deixa claro que nada é flores do lado de fora e que ela ainda tem muito a se adaptar, a atuação de Brie Larson, esta impecável e ver a evolução da personagem do começo do filme quando ela é uma mãe cuidadosa e super coruja para uma mãe que vive o caos do mundo que a cerca e ela tem que se reacostumar é uma experiência cheia de emoções e que sem sombra de duvidas fará quem assisti sentir o que ela sente.
Em relação a Jacob Tremblay, apesar de muitos desafios que cercaram o ator mirim, o garoto foi a cortina de abertura, segundo ato e final dessa obra prima, mostrando também uma evolução fantástica da personagem e um jogo de cintura para sair do drama e conseguir te fazer sorrir visto em pouquíssimos atores de sua idade.
De longe,Room tem a mais que merecida posição na concorrência ao melhor filme de 2015 pelo oscar, além de já contar com o premio de melhor filme estrangeiro independente pelo British Independent Film Awar, e quatro premios para Brie de melhor atriz.
Por fim, esse sem duvidas é um dos filmes mais emocionante que você vai ver em sua vida.