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    As Maravilhas
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    3,4
    16 notas
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    Marco G.
    Marco G.

    515 seguidores 244 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 24 de junho de 2015
    Filme vencedor do grande juri de Cannes. A beleza da fotografia, os personagens cativantes e a simplicidade dos cenários tornam este filme mais um clássico italiano que retrata a busca esperança em uma sociedade tão complicada ultimamente.
    Rodrigo C.
    Rodrigo C.

    7 seguidores 5 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 27 de abril de 2015
    Segue minha primeira análise de um filme (quem quiser comentar e me ajudar pode acessar meu blog):

    spoiler: História de uma família que vive em uma pequena cidade de simples pessoas que sobrevivem com atividades rurais. A família é formada por um pai, duas mães e quatro filhas, chegando posteriormente um menor infrator, que integrará a família. O filme possui representações de uma cama do lado de fora da casa (que seria uma espécie de "fazenda", embora não houvessem vizinhos próximos), que aparecem em três ou quatro momentos do filme. A primeira cena com a cama se passa com o pai acordado por disparos de um caçador não identificado, o pai fica furioso devido a esses disparos, correndo e gritando para que isso pare, com uma fúria agressiva. Essa cena em particular me parece bastante difícil de compreender, para mim representa alguma espécie de resistência e uma rejeição a tudo que é do mundo exterior. Com o passar do filme, sua filha preferida sai em busca do menor infrator, que fugiu no meio de uma ilha após uma das mães tentar forçar um beijo entre a filha preferida e ele, e retorna em uma cena incrível: a cama novamente do lado de fora, com o pai e uma das mulheres (a mãe), mais as outras três crianças deitadas, o pai diz que ali ainda há lugar para ela. Após isso a câmera anda lentamente e foca outra coisa do cenário, volta e a cama está vazia como que abandonada. A câmera anda pela casa que também está abandonada. Para mim, essa representação mostra a resistência da família ao mundo exterior, a um modo de vida capitalista, e mostra também que essa luta é solitária, está fadada ao fracasso porque não "contamina" as outras pessoas a adotarem um estilo de vida igual ao deles (lembre que ao final do filme a casa está vazia e abandonada). Apesar disso, percebi que as maravilhas do filme são a família sempre forte e presente, com seus problemas de família vivendo um dia seguido do outro, sem planos grandiosos mas apenas recolhendo o mel das abelhas. A chegada do parente do pai, alguém respeitado por ele, representa a consciência de que há um mundo além da fazenda, e que a filha predileta é a única que se manifesta interessada em sair dali e conhecer o que há lá fora. Há outra cena da cama do lado de fora em que estão presentes o pai e esse parente, e novamente um caçador desconhecido atirando. Lembro que o parente não dá muita bola para os tiros, dizendo apenas "ah, esses caçadores" e coisas assim, não compreendi se isso significa uma mudança no pensamento do pai, no sentido de que ele se adapta pouco a pouco às imposições do mundo exterior, ou outra coisa. Outro momento interessante se passa quando a família está reunida em um concurso de melhor "pecuária" da região, quando o pai, em seu momento de dizer para o mundo televisivo como produzia um mel tão gostoso, diz que "tem coisas que o dinheiro não compra", gaguejando todo o resto. Parece-me que aqui ele diz o essencial, não precisava dizer mais nada, e talvez por isso tenha gaguejado, por não precisar dizer mais nada. Mais uma coisa sobre o tal concurso: o mel dessa família era produzido em condições de higiene totalmente insatisfatórias para os padrões mínimos do concurso, que exigia paredes brancas e uma série de regras rígidas, e mesmo assim o avaliador prova o mel e diz ser o mel mais saboroso, entregando o prêmio para eles. O que entender disso? Mesmo em meio a todas as violações às regras do concurso, a família ganha o prêmio devido ao sabor de seu mel. Entendi como um elogio do filme ao estilo de vida e de produção caseiros, valorizando o mel natural sem aplicação de nada que o fizesse render mais para com isso vender mais. Diria, usando a linguagem cotidiana, que o filme quis valorizar a culinária caseira, em detrimento da produção industrial, que visa o lucro. Essas foram as percepções que me vieram na memória, o filme flerta com uma ideia anticapitalista como uma possível opção de vida feliz, com a tentativa de um pai de fazer suas filhas seguirem o mesmo caminho dele, por acreditar ser o melhor, com as crises e os desejos de crianças crescendo.
    Eduardo B.
    Eduardo B.

    1 crítica Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 26 de abril de 2015
    Essa Itália pós Berlusconi é algo politica, social e antropologicamente interessante. Parece que tudo virou um desse "programas de auditório 'interativo'" onde tudo é falke: os cenários, os figurinos, os figuristas, o tema, as polêmicas, a platéia, os aplausos, os jurados, a estética até o cabelo da atriz-apresentadora (hoje também muito comum nos nossos canais abertos). "As Maravilhas" (de Alice Rohrwacher) conta a história do choque desse "mundo-simulacro" com outro verdadeiro, natural, quase paradisíaco num pedaço da Toscana. Mundo habitado por uma família fusionada (como numa colmeia) que vive isolada e dorme, come, trabalha e até fazem suas necessidades mais básicas juntos ou sobre o olhar compartilhado de todos. Nessa família (meio comunidade hippe, meio comunidade alternativa) o pai (Sam Louwyck) acredita (ou sonha) que comanda a todas - sim "todas", pois, fora o pai que é o único macho, a maior parte é composta de mulheres (filhas, esposa, agregada, todas "abelhas-operárias"). Mas, como um zangão, sua maior função é proteger sua família-colmeia de outros estranhos (de outras pessoas, de outros machos, de caçadores, de um outro mundo) - a certa altura, diz sua mulher (Alba Rohrwacher) a ele: "Você vê inimigos em todos". Como um bom zagão no fundo é só um reprodutor que não consegue (ou não quer) gerar outro macho, que não possui órgão de defesa ou trabalho - vive tirando das costas o ferrão de outras abelhas - e o que faz é tentar controlar a produção artesanal de mel da sua comunidade. Porém, o personagem principal dessa trama toda é Gelsomina (Maria Alexandra Lungu) uma adolescente que faz o elo de ligação entre os dois mundos - que controla a produção da família-comunidade-colmeia (da extração à venda) melhor que o pai, mas que também tem todos os desejos de uma adolescente: meninos, música, fascinação pelo mundo da tv, bijuterias, roupas bonitas e o principal - e, principalmente, tem o que seu pai nunca terá - a doçura dos afetos, do toque, do respeito ao outro. Seu pai é rude, duro e teimoso como um camelo, Gelsomina é frágil e bela como uma abelha. Seu pai a vê ora como uma filha, ora como uma filha-esposa (sempre Édipo) - fora a sua mulher, a filha primogênita é a única que se contrapõem a ele. No final só restará um segredo familiar (facilitação da fuga de um "menino-problema"?) bem guardado pela casa e pelo passar do tempo. As colmeias podem mudar.
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