Sou um anarquista, e deveria me sentir representado. Nem tanto. A despeito disso ser impossível para uma pessoa que não acredita nessas besteiras de democracia, em Os Anarquistas, o que interessa mais é manter um romance entre o protagonista e a bela moça de "Azul é a Cor Mais Quente", e o fato deles serem anarquistas é apenas um acidente contemporâneo (é um grupo que está ficando na moda, com tantas discussões políticas no mundo). O fato é que a atmosfera política é tão fina nesse filme que pode-se aproveitar apenas seu esmero estético em situar esse grupo no lugar onde deveriam estar naquela época: às sombras, sem nunca serem notados, mas com a força estatal sempre disposta a esmagá-los assim que possível.
Um filme muito bem construído, que reconstitui incrivelmente o meio da da época em que os personagens vivem. Por se tratar de um filme que gira em torno do mundo das ideias e ideais deveria discutir com uma maior profundidade justamente o que une os personagens, que é o "anarquismo". É perceptível que o diretor esforçou-se muito para não seguir o clássico anarquista estereotipado (Que para maioria das pessoas é definido por um frase do apresentador Datena muito famosa: "Você apoia protesto com Baderna?" disse o "grande pensador" Datena. Ora, se você apoia a "baderna" logo a equação "tá" resolvida. Automaticamente você se torna um "vândalo badernista", mas voltando ao assunto...), esse esforço acabou retirando um pouco da "explosividade" do ideal.
Foi interessante ver como todos os personagens evoluíram ao long do filme, cada um possui um tom misterioso acerca de algo, Jean obviamente de sua identidade, Marie de seus sentimentos (Destacando-se imensamente seu ódio) e por aí vai.
Por fim, acredito que esse seja um dos melhores filmes sobre o tema que eu já vi. Muito foda!
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