Devia - e não nego - uma postagem sobre o filme Califórnia da ex-VJ da MTV Marina Person que estreou há duas semanas. Mas, fui bom moço, conforme a diretora mesmo sugeriu, assisti na primeira semana, porque ajudaria a emplacar a película nas salas de projeção. Obedeci e fui recompensado. Na abertura do filme estava a diretora lá, com alguns atores, falando, mais uma vez, da importância do boca a boca... (E cá entre nós, como Marina tem cara de boa gente, né? Parece aquela amiga querida do colégio!
Califórnia me fez lembrar de uma versão simplificada de As Vantagens de Ser Invisível, ao contar a saga de alguns amigos adolescentes na descoberta da sua sexualidade e amores. Ok?! Não vá esperando encontrar um roteiro tão bem feito como do filme americano, mas tem um pouco deste ambiente.
Saí um pouco decepcionado da sala, confesso! A história é fraca, sem grandes conflitos, apesar de termos um tio, interpretado por Caio Blat, infectado por HIV e morrer de AIDS no início dos anos 80, ou seja, período de muitas dúvidas e da perda de muita gente querida. Mas, nem isso, na verdade, foi aprofundado pelo roteiro. E com alguns clichês: mãe boazinha, pai autoritário, amiga gordinha falante, bonitão lourinho da sala sem vergonha, empregada meio bruxa...
O elenco adolescente é bem fraco e algumas cenas parecem mais coreografias do que atuações, diante das marcas e closes. Faltou um pouco de Fátima Toledo!
Mas, Califórnia é gostoso de ver, principalmente para pessoas que tiveram a sua pré-puberdade e adolescência nos anos de 1980. A reconstrução histórica daqueles anos é extremamente bem feita, principalmente com ajuda das músicas selecionadas. Imediatamente se vê cantando alguma delas. Ah, sem falar que a nostalgia rola solta quando as caixas de fita cassete BASF são abertas - lembrei-me das minhas seleções e gravações! Tempos bons, gente!
Espero ver Marina Person menos autobiográfica em seus próximos filmes. Aliás, dizem que os diretores e escritores vão se distanciando do seu alter ego à medida que vão produzindo mais, pois suas primeiras produções são sempre assim. Dizem... até porque gosto da moça.
Amigos entre 35 a 45 anos, não percam!