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Caio B.
8 críticas
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3,5
Enviada em 13 de janeiro de 2016
Há muito tempo não assistia um filme tão profundo como o documentário “Homem Comum”, de Carlos Nader, em cartaz em (lamentavelmente) minguadas salas de cinema pelo Brasil. A fita narra o cotidiano de Nilson de Paula, mais um brasileiro simples e sábio em sua ignorância formal que ganha a vida como caminhoneiro transportando porcos. É casado e tem uma filha.
Nader começou a acompanhar Nilson em 1996 e desde então esteve presente em diversos momentos da vida de seu documentado até os tempos recentes. Nesse meio tempo, claro, coisas boas e ruins acontecem com o caminhoneiro como morte, perda e doença.
O grande mérito do longa é focar na dramática relação entre Nilson e sua filha e trazer à luz uma questão filosófica essencial e nunca respondia para valer. O que é essa vida? Qual o sentido dela?
Boa narrativa, bom roteiro e direção, mas a identificação que tive com o filme foi imediata por questão familiar. Meu avô, Marcos, falecido em 2004, era caminhoneiro. Guiou seu velho caminhão pelas estradas desse país por décadas a fio, ficando dias fora de casa em troca do frete e do pão na mesa. É uma vida cansativa e gratificante.
Mesmo criança e adolescente, lembro-me bem de alguns momentos que se repetem no filme. A espera pela chegada, a tristeza da partida, a ligação rápida pelo interurbano de um rincão qualquer do Brasil.
Os homens comuns como Nilson, Marcos e tantos outros carregaram e carregam boa parte do Brasil em suas rodas. E são a própria alma desse país. Vamos valorizá-los enquanto é tempo.
Fui ver Homem Comum hoje no cinema e junto dele assisti mais alguns novos lançamentos do cinema nacional. E pude ver de perto, como os equipamentos humanos e mecânicos, o dinheiro investido, patrocínio etc. Podem claro ajudar no filme, porém não vai definir como será o resultado na telona.
Homem Comum, um filme de um homem com questionamentos comuns usando de uma figura comum, para contar a história de uma maneira nem tão comum assim, se pensando na linguagem audiovisual padronizada
Nos faz refletir sobre nós mesmos nos fazendo relembrar nossos próprios questionamentos Há verdadeiramente um sentido no que fazemos de nossas vidas? De como vivemos nossas vidas, se estamos fazendo escolhas certas, se existe um tal certo, o que perdemos no decorrer dos nossos dias. Emfim questionamentos comuns humanos.
Uma pergunta que é ao mesmo tempo uma crítica ao filme é a seguinte PARA QUEM É DESTINADO OS FILMES? O filme é de um caminhoneiro pobre que leva uma vida difícil, tem de deixar mulher filha em casa, perde muito de sua vida na estrada. Porém será que um caminhoneiro em tais situações vai assistir esse filme? Quais são as salas de cinemas e/ou espaços que pessoas que tem vida semelhante a do personagem vão poder contemplar essa obra?
Filme é muito bom, com linguagem única, sem medo de errar, de ser feio, de mostrar a câmera no reflexo do óculos, sem medo de colocar cenas de filme dinamârques que se interage com cenas do próprio filme. Tudo isso nos faz criar um carinho muito especial pelo filme, como se estivéssemos nós mesmo participando de uma boa prosa com um caminhoneiro sua família e seu amigo cineasta.
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