Castelo de Areia (Sand Castle), filme dirigido pelo brasileiro Fernando Coimbra que dirige seu primeiro longa internacional, é um filme que conta a história de soldados americanos durante a ocupação americana no Iraque, o soldado Matt Ocre (Nicholas Hoult) está querendo largar esta vida no Iraque e tentar voltar para casa, sem dinheiro para pagar a faculdade ele se alista no exército e é mandado para o Iraque bem próximo do dia fatídico dos atentados em 11 de setembro, porém a equipe da qual faz parte irá ganhar o cartão verde para os EUA, mas antes são incumbidos de uma missão, consertar o sistema de fornecimento de água em uma região não protegida de Bagdá, sistema esse destruído pelos próprios americanos.
A população local obviamente não confia nos americanos, e os soldados terão que lidar com a desconfiança local e do ódio de grupos extremistas da pequena região de Baquba.
A premissa do filme é boa, a história é super interessante e o elenco reunido para o filme chama a atenção.
Além de Hoult, temos Logan Marshall-Green (SGT. Harper), Henry Cavill (Cap. Syverson), Glenn Powell (Chutsky), Parker Sawyers (Sgt. Robinson) entre os que se destacam no filme.
Infelizmente o filme não sai como planejado, em minha opinião deixa a desejar em muitas partes e acerta em poucas.
A primeira metade é um pouco arrastada, temos a apresentação de Matt Ocre e a equipe da qual ele faz parte, muitos palavrões bem clichês de soldados americanos, temos uma trilha com Queens of The Stone Age (que casou com o tema do filme) e Sepultura, nos fones de um dos soldados, isso claramente influencia do diretor Fernando Coimbra. O filme demora a se desenrolar, mostrando algumas conversas que ficaram desnecessárias entre os soldados e que em nada ajudam a desenvolvê-los, só mostra o quanto Matt Ocre é inseguro e o quão machão o Sgt. Harper se coloca no filme.
à partir do momento que eles são enviados para Baquba o filme se torna muito mais interessante, alguns diálogos ganham relevância e os personagens secundários têm mais espaço e tudo começa a funcionar bem, mas depois temos várias quebradas no filme, quando a tensão aumenta e eles têm que lidar com a construção dos canos de água e lidar com os rebeldes locais, logo depois Coimbra quebra a tensão com cenas de desespero de Matt Ocre um tanto quanto forçadas pois isso já está implícito no personagem e cenas com telefonemas que não acrescentam á trama e não tem muita lógica.
Temos ótimas cenas de guerra e tiroteio, muita bem dirigido por Coimbra, são os pontos altos do filme, os confrontos e a tensão entre os soldados e os residentes locais, ao mesmo tempo que alguns desses residentes são solícitos e pretendem ajudá-los a consertar o sistema para devolver a água limpa aos mesmos. Temos ótimas cenas onde mostram o contraste de vida entre americanos e Iraquianos, como faculdades pagas e de graça, além da diferença entre as comidas congeladas americanas e a comida simples iraquiana.
Acredito que o filme tinha muito potencial, porém, Coimbra não conseguiu construí-lo de uma forma que o deixasse mais coeso e interessante para o espectador, fica muito confuso, colado de mais algumas cenas, durante o filme você fica um pouco incomodado de não acontecer nada justamente no meio de cenas em que estão acontecendo confrontos de importância.
O roteiro talvez não foi muito bem desenvolvido, ou a continuação das cenas é que ficaram mal conduzidas.
Para seu primeiro filme internacional, Coimbra tinha um ótimo material em mãos, mas não conseguiu entregar um filme palpável. Ele tomará sua atenção, mas te cansará em muitos momentos.