Filmado em paisagens montanhosas belíssimas, incluindo cachoeiras e vasta floresta temperada em estágio clímax que, diferente da floresta tropical, facilita a circulação das pessoas em seu interior, o roteiro descreve um pai, com nada menos que 6 filhos, levando um estilo de vida do tipo Tarzan o Rei das Selvas, sem, contudo, o cipó que serve de Uber e os chipanzés para fazer confusão e distrair o público, ao contrário tudo aqui é muito sério. A garotada é instruída e possui uma rotina com um rigor clérigo e religioso, com horas diárias de estudo maior que no ensino formal e por isso são bem mais preparados, o que permite ao mais velho, por exemplo, conseguir uma vaga em uma das universidades mais prestigiadas do mundo: Harvard. Entretanto o pai abomina essa ideia por considerar que o filho, em Harvard, vai descambar para aceitar e reforçar o mundo tradicional que ele rejeita e do qual quer manter distância. Tudo se complica com o suicídio da mãe, o que detona um processo de questionamento daquele excêntrico estilo de vida, bem fora dos padrões normais da sociedade. A atuação de pai, o próprio Capitão Fantástico, rendeu a indicação de melhor ator a Viggo Mortensen no Oscar de 2017, indicação, obviamente, mais que merecida. Direção perfeita que consegue usar a paisagem para relaxar quem assiste as discussões de temas bem cabeludos.