“Capitão Fantástico” é um daqueles filmes gostosos de ver, ele é divertido, engraçado, quase uma aventura, e mesmo assim, ele é complexo e trata de temas polêmicos e tabus, tudo com uma roupagem sarcástica e sem meias palavras. O filme trata sobre um assunto que canais de documentários adoram explorar, uma família que prefere viver na selva, longe dos prazeres, ou não, da cidade, mas o legal, é a forma como o roteiro aborda o filme, a família em questão é a de Ben (Viggo Mortensen) e seus 6 filhos, que após receberem a noticia da morte da mãe, decidem ir ao enterro da mesma, e nesse meio tempo, diversos questionamentos são colocados, reviravoltas, dramas e comedias acontecem. É um roteiro simples, mas muito bem trabalhado, que explora a contemplação de imagens para formar seu background. O filme se coloca num posicionamento ideológico, e nele se apoia, não vou falar sobre essa parte pois não me atrai, sua mensagem pra mim trata sobre a união da família, e o poder que a mesma adquire estando junta, batalhando e superando desafios, e claro, temos uma critica ao método de ensino tradicional, pois Ben prova que a educação dada em casa pode superar a de uma escola, pois trata a individualidade de cada aluno. Com uma fotografia limpa e com uma paleta de cores fortes, ângulos de câmera que em momentos exploram a contemplação, um belo figurino e um ótimo ritmo, “Capitão Fantástico” não é um primor tecnicamente, mas é muito bom. Em termos de atuação o filme nos presenteia com Viggo Mortensen que faz uma atuação de primeira classe, ele é amoroso e brutal, violento e preocupado, Viggo transmite espetacularmente toda a duvida e questionamentos sobre se é certo o que seu personagem está fazendo. Outro destaque fica para George Mackay que está completamente deslumbrante como o filho mais velho de Ben, e merecia no mínimo estar entre os pré- selecionados do óscar como coadjuvante. Matt Ross, que sempre foi um ator de serie, e nunca teve destaque algum como ator, agora consegue seu destaque com seu primeiro trabalho como diretor, vamos ficar de olho no que vem por ai de Matt. Por fim, “Capitão Fantástico” não é um primor, mas é um filme que consegue entreter e passar uma mensagem, como um bom roteiro e ótimas atuações.