"Para sempre Alice" é um filme melancólico, um pouco cansativo e bastante delicado. Melancólico porque trata do Mal de Alzheimer de uma forma agressiva: a protagonista é diagnosticada aos 50 anos e a doença a ataca de uma forma avassaladora. Isto é, impressiona o quão cedo a doença aparece, e a velocidade que deteriora a mente da pessoa. Um sofrimento que cresce exponencialmente, gerando a citada melancolia. Trata-se, pois, de um drama comovente. Mas é cansativo, pois a situação tende a apenas piorar. Por outro lado, é delicado, pois o tema é tratado de uma forma bastante humana e sensível.
O grande mérito, porém, é de Julianne Moore, que faz a protagonista e - como a maioria dos grandes vencedores do Oscar na categoria de atuação - carrega o filme nas costas. Ela ganhou mais de 30 prêmios (isso mesmo, MAIS DE TRINTA), incluindo o Oscar, o Globo de Ouro e o BAFTA. O trabalho de Moore é impecável, em especial ao representar bem a deterioração da personagem.
Mas Julianne Moore não está bem cercada. O experiente Alec Baldwin é engolido pela colega, restando aparecer muito pouco - participação também do roteiro, que não desenvolve a personagem. Os filhos do casal também são discretos, exceto, infelizmente, Kristen Stewart, que, como sempre, se mostra tão expressiva quanto uma pedra. É com base no nome que a pedra, digo, Stewart, recebe um papel de maior relevo (talvez a coadjuvante de maior importância). Roteiro e direção não colaboram para enriquecer, apostaram em Julianne Moore. Ela correspondeu e talvez tenha até superado as expectativas, foi brilhante. Mas apenas ela.