É sempre complicado compreender a relevância de um filme, mas, já escrevi em alguns textos que, um das melhores formar de chegar a uma conclusão é entender qual ou quais são os problemas atuais e retratá-los no cinema.
Por exemplo, eu adorei o Clube de Compras Dallas, toda metamorfose dos atores principais, um retorno ao tempo onde a problemática é expressiva. Mas se eu comparar este filme com Philadélfia, que trata do mesmo tema, mas feito na época em que o problema da Aids estava em alta, onde só se falava disso e se temia muito sobre a doença, tenho que admitir que o segundo é mais relevante.
Não diminui a importância do filme Clube de Compras, mas há uma diferença temporal significativa entre as duas produções. Vale lembrar que os dois são ganhadores de Oscar. Mas este post, não é sobre o Clube de Compras ou Philadélfia e tão pouco sobre AIDS, mas escrevi até aqui para falar sobre um filme muito interessante que seus produtores tiveram essa ideia, de entender uma problemática e transmitir para o cinema.
O filme Para sempre Alice, teve está visão, onde doenças neurológicas se alastram por todo mundo, e cada vez tem mais notícias sobre pessoas que tiveram este tipo de doenças cada vez mais cedo.
No filme, Julianne Moore, vive Alice, uma professora acadêmica que começa a sofrer de Alzheimer aos 50 anos, uma idade relativamente cedo para o diagnostico da doença. Daí, vemos uma evolução da doença de forma bem clara e simples, nada de atropelos nesse filme, o ritmo imposto ao filme é bem lento, seja pela doença ou o relacionamento de Alice com a família e os problemas enfrentados por todos.
Os esquecimentos começam bem pontuais, e vão evoluindo até Alice esquecer sua própria filha. Devo admitir que, errei duas vezes nesse filme, pois achei que a última cena fosse a Alice esquecendo a filha (Kristen Stewart), e logo após, achei que iria acabar no discurso de Alice para o grupo de apoio, pois foram duas cenas bem comoventes.
E é por isso que voltamos ao começo do texto, na sua relevância, pois, mostra o lado cruel de uma doença que não só afeta a pessoa que a tem, e sim, a todos em sua volta de uma forma bem clara, dura e simples. Seria muito fácil parar o filme terminar na cena do discurso, mas seria superficial demais, e não teria importância cabível para a doença.