Subir ao altar é o sonho de muitas mulheres, inclusive de Malu (Ingrid Guimarães), Lúcia (Suzana Pires) e Maria (Tatá Werneck), as três personagens principais da nova comédia brasileira intitulada “Loucas pra Casar”. Assim como outras tantas mulheres, elas já passaram por várias desilusões, mas, no fim, acabaram encontrando seu par ideal. Entretanto, como todo filme de confusão do gênero, algo tem que dar errado. Pois é, elas tiveram o azar de se apaixonar e namorar com o mesmo cara: Samuel (Márcio Garcia). As três se conhecem e a confusão está armada. A priori, o plot causa sonolência pela previsibilidade, entretanto o roteiro de Marcelo Saback guarda um segredinho narrativo para o final que dá um senhor frescor ao filme. O grande problema do filme é a direção descuidada de Roberto Santucci, destituída de qualquer amparo fotográfico (as cenas na ponte são desperdiçadas) e marcações dinâmicas de uma comédia legítima (repare nas últimas cenas). Mas não tem como não ceder às boas sacadas de Saback (há diálogos muito bons como o do Guilherme Arantes) e a atuação hilária de Tatá Werneck (atriz que brevemente será melhor aproveitada no cinema).
Loucas Pra Casar é, ressaltando mais uma vez, um filme imperdível pra quem gosta de rir e principalmente pra quem acredita no cinema brasileiro. Indo contra a moda dos clichés "besteiróis" nacionais, gritarias desnecessárias e personagens caricatos ao extremo, o longa se destaca pelo fato de ter uma moral inserida em seu contexto e também um ótimo desenrolar, o que provavelmente contribuirá para que o espectador fique com os olhos grudados na tela até o final do filme. Pode não ser o melhor filme brasileiro do gênero, mas não há dúvidas de que toda a equipe se esforçou muito para isso.
O elenco secundário também tem seus momentos, especialmente Fabiana Karla, no papel da melhor amiga lésbica de Malu. Do lado masculino, Márcio Garcia é apenas regular, mas Edmilson Filho, com seus impagáveis trejeitos e vocabulário. O pior mesmo é a parte sonora da película. A começar pela trilha sonora que sofre de um probleminha de repetição. Aparentemente, por limitações financeiras, a produção adquiriu o direito de poucas músicas e reaproveitou as canções várias vezes. Você vai cansar de tanto ouvir a música “Happy” de Pharell Willians em diversos trechos.
Mesmo sendo um filme cheio de graça, com um roteiro bom e um elenco impecável, o filme também tem economia também é notável em algumas cenas em que vemos claramente o chroma key sendo explorada de forma absurda. É nítida a diferença do plano dos atores para os cenários que claramente são estáticos e bem irreais. Mesmo com tais problemas, o que importa é a gargalhada, que o filme tira de letra em várias situações. “Loucas pra Casar” não é um filme para se partir de dar risada e acho muito difícil que esta seja a comédia do ano (mesmo que 2015 esteja no começo, o filme não tem toda essa moral), porém é um programa válido para curtir com amigos.
Critica feita em: 10 de janeiro (porem foi atualizada este mês).