Considerado o “crime artístico do século”, a travessia feita pelo francês Philippe Petit, ao equilibrar-se em cabos de aço fixados entre as Torres Gêmeas do World Trade Center, na cidade de Nova York, em 1974, foi retratada com muita competência pelo documentário “O Equilibrista”, dirigido por James Marsh, e que venceu o Oscar da categoria em 2009. Inspirado por essa história, o diretor Robert Zemeckis idealizou uma versão ficcional deste feito.
Na realidade, no roteiro que o diretor co-escreveu com Christopher Browne fica claro que os dois estão interessados em retratar Philippe Petit (Joseph Gordon-Levitt) como um visionário, e, além disso, como um homem que correu atrás da realização do seu grande sonho. A Travessia acompanha a formação de Petit, como homem e artista, e como ele foi construindo o seu caminho até chegar ao ápice de sua trajetória como equilibrista.
O ato de A Travessia que retrata o planejamento para o “crime artístico” ocorrido nas Torres Gêmeas, sem dúvida, é o ponto alto do filme. E, curiosamente, é aqui que o longa de Robert Zemeckis se aproxima bastante do documentário de James Marsh, na medida em que ambos enfocam a ousadia do plano de Philippe Petit e o seu pioneirismo em vislumbrar algo que nunca antes foi realizado.
A Travessia encontra seu ponto alto na história inspiradora de um homem que acreditava na sua capacidade e que, contra todas as adversidades, conseguiu colocar em prática aquilo que mais desejava. Robert Zemeckis compreende esse lado de Philippe Petit e, principalmente no seu último ato, consegue nos entregar um filme tenso, emocionante e mágico, assim como foi a travessia feita por Philippe Petit naquela manhã de 07 de agosto de 1974.