O Cidadão do Ano: Crítica AdoroCinema

Conhecido pela parceria com Lars von Trier, com participações em Dançando no Escuro, Dogville, Ninfomaníaca etc, e pelo papel de Erik Selvig em Thor/Os Vingadores, Stellan Skarsgård chega aos cinemas brasileiros em um papel bem diferente do que está acostumado, assumindo o papel de protagonista na ação e comédia de humor negro O Cidadão do Ano.

Lembra o quão diferente foi ver Liam Neeson botando para quebrar pela primeira vez em Busca Implacável? Pois bem, a sensação é um pouco parecida aqui, afinal temos um veterano 64 anos partindo para cenas de ação com muita violência. Embora o filme não seja tão empolgante quanto Taken, a violência aqui acaba soando mais impactante, uma vez que é colocada em contraponto com a frieza ambiental e espiritual das terras nórdicas.

Skarsgård interpreta Nils, um sujeito sério e frio que trabalha diariamente retirando a neve da estrada em uma inóspita região da Noruega. Determinado dia, ele recebe a notícia de que seu filho morreu de overdose. Não satisfeito com a versão oficial, ele decide descobrir o que aconteceu de verdade. Com sede de vingança, Nils acaba em meio a uma disputa entre as máfias sérvia e norueguesa.

O filme foi vendido como uma comédia, mas na verdade está mais para uma ação com humor, uma vez que não há piada na situação do protagonista. O humor está presente na figura do vilão vivido por Pål Sverre Valheim Hagen, um sujeito brutal, mas repleto de idiossincrasias, principalmente no que diz respeito a relação com o filho e com a ex-mulher. 

Bruno Ganz (A Queda - As Últimas Horas de Hitler) surge já na metade final da produção, mas com um personagem envolvente e ameaçador. Kristofer Hivju e Birgitte Hjort Sørensen completam o elenco principal.

O Cidadão do Ano conta com um bom trabalho de direção de Hans Petter Moland (Uma Vida Nova), que consegue criar uma sensação de isolamento ao mesmo tempo em que transforma seu cenário em um dos protagonistas da história.