Uma família é atingida por um terremoto no Japão. Duas crianças ficam órfãos de repente e parentes próximos (tias) não sabem o que fazer, afinal é uma responsabilidade muito grande com gastos, mudanças e adaptações que deverão empreender em suas vidas, para as quais não estão preparadas. As crianças se veem de uma hora para outra em um lar estranho, em outra cidade, em um mundo diferente, sem a segurança e o carinho que tinham dos pais. O pequeno Shota não percebe o que aconteceu, pergunta "quando o papai e a mamãe virão buscá-los". Haruna, a irmã pré adolescente, ao contrário, vivencia toda a dor da perda abrupta, cruel, a insegurança de se ver sozinha e toma para si a responsabilidade pelo irmão menor, tenta poupá-lo, omitindo a verdade. Mas a necessidade de ter de enfrentar a realidade, superar a imensa dor, assumir a nova vida com os novos pais, a nova escola, os novos colegas, tudo parece pesado demais para a doce, meiga e aparentemente frágil menina. Uma caracterização marcada pelo silêncio, pela dor contida, evidente nos olhos tristes e totalmente desamparados, pedindo socorro. Mas um simples sorriso pode ser mais forte do que a fatalidade, assim como o amor. Nada piegas, tampouco apelativo, ao contrário, puro sentimento.