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Iracema J
8 seguidores
48 críticas
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4,5
Enviada em 24 de dezembro de 2015
Um filme de vampiro cult, atmosférico e bastante artístico. Surpreendentemente feminista; tipo meninos maus não são poupados. O filme é tão seguro das suas qualidades artísticas que no primeiro quarto de tempo de projeção, essa segurança chega por vezes ao exibicionismo. Contudo, a expressividade dos atores, a direção, com uma fotografia em preto e branco linda, cheia de contrastes; remete ao cinema de outrora completamente repaginado. O filme oferece ao público reflexão e uma gama de novas sensações. Uma pequena obra prima.
Incrível. Preto e branco de alto contraste. Linda fotografia e gráficos. Trilha sonora e roteiro de primeira. não tem como não lembrar de James Dean, Nosferatu, road movies, "deixa ela entrar" (original sueco). Vampira ataca a noite, mas se envolve com algumas pessoas. Terror, drama, suspense, excelente. Pena que passa muito rápido. Merece ser visto e admirado.
Um filme de vampiro iraniano, com estilo do velho oeste, filmado nos EUA. Essa improvável combinação resultou num filme original e curioso. Na cidade iraniana Bad City, uma garota perambula pelas ruas escuras em busca de vítimas masculinas com caráter duvidoso para saciar sua sede. A fotografia em preto e branco remete em alguns momentos um filme noir, apesar da atmosfera de terror o drama da vampira e do jovem Arash é o que importa na trama. Isso permeia a obra. Os dois se conhecem e inesperadamente nutrem por si um sentimento que pode ser interpretado como amor. Misturando feminismo, drogas, prostituição e outros assuntos, esta produção é instigante. Nota do público: 7.0 (IMDB) Nota dos críticos: 95%(Rotten Tomatoes) Bilheterias EUA - $0,5 milhões Acesse o blog 365filmesem365dias.com.br para ler sobre outros filmes.
Uma grata surpresa este filme americano de uma diretora estreante, Ana Lily Amirpour, inglesa de pais iranianos. Estética noir de alta qualidade numa cidade industrial no Irã praticamente abandonada, “Bad City” (referência direta ao clássico “Sin City”, de Robert Rodriguez, a mais forte alusão do filme como um todo). As influências / homenagens são múltiplas e prazerosas: o protagonista lembra um James Dean mais tímido e discreto; as cenas de tensão entre a vampira e cada possível vítima são à moda western spaghetti; a trilha lembra Ennio Morricone nos clássicos de Sergio Leone, e noutros momentos homenageia os anos 80; o humor é muito ao estilo Tarantino. Resultado: um delicioso filme de arte do cinema dito fantástico. A história, apesar de menos fundamental do q a forma, tem seu valor para compor a obra. Uma vampira no Irã (q tenderia a ser uma bizarrice) mata transeuntes noturnos, geralmente perdidos. Aos poucos, percebe-se q ela faz escolhas. O machismo de um traficante caricato expõe a falta de lugar da mulher naquele país. O pai do protagonista, viciado em heroína, flerta c/ a morte diariamente. Um menino expõe a carência de vínculos da cidade q morre (também metaforizada por um valão onde os mortos são jogados, ficando indefinidamente lá, em sua indigência sem saída). A prostituta de 30 anos vive a submissão masoquista à desesperança da mulher descasada naquela sociedade. A cidade padece na mórbida dependência de apenas uma única indústria ativa. Os últimos resquícios de amor e afeto são vividos até a última gota, tragicamente. O último a sair apague a luz. As trevas de uma vampira, portanto, são metáfora precisa, assim como a aridez de um “velho oeste”. Quanto aos detalhes psicanalíticos, o modo de sedução não assumida ou sustentada de personagens histéricos (nunca confundir com gritaria ou surto, como entendidos no senso comum), assim como sua carência também desconhecida de si mesmos, formam um quadro marcante e recorrente nas tramas relacionais da história. Enfim, um belo filme de arte a saborear, em seus mínimos detalhes, ao ritmo de um menu-degustação.
A historia é simples,o que vale aqui é o show de estética,tanto narrativa quanto visual,com tela Wide e PeB a diretora monta seu filme;quem for assistir pensando que é um terror clássico pode não gostar!
Movimentos lentos, sombras, música. Dostoievski se dizia doente, pois era mau. Da mesma forma são as pessoas de Bad City, elas são más. No entanto, há uma maldade que precisa ser eliminada, ainda que todos sejam maus. Após a sua eliminação pode-se abandonar a má cidade, conceder perdão e reiniciar. Vale ressaltar a bela cena, que me veio como poesia, na casa da garota com Arash. Os movimentos em sincronia com a bela canção do White Lies nos brinda de forma prazerosa.
Minha interpretação do filme. ATENÇÃO SPOILERS APATIR DESSE PONTO!!! SPOILER SPOILER ____________________________________________________________________________________________________ 1- As imagens das bombas de petróleo que sempre aparecem durante a primeira parte do filme parecem está relacionadas a rotina dos personagens…. Devido ao movimento repetido que elas têm. 2- Todos no elenco não são apenas personagens, são representações de classes distintas. –Arash: Representa os jovens que passam por dilemas comuns no dia a dia, como problemas familiares, financeiro ou afetivos. Ele é corajoso pra coisas inconsequentes e covarde para tomar decisões necessárias. É afetado pelo pai e não faz nada para mudar a situação (até mesmo contribui para manter) e em contra partida decide com coragem tomar uma pílula de extasy por ter sido oferecida por uma garota bonita. Ele é a representação genérica de um jovem! –Pai de Arash: Representação genérica de um adulto arruinado. Hossein reúne muitas das coisas que pode arruinar um adulto como: Um amor perdido, vício, desempregado, sem perspectiva de futuro pois já é velho e totalmente dependente do filho. Ao mesmo tempo que é consciente de causar danos a vida de Arash, Hossein não vê uma saída para o problema por não ter forças para lutar. –Saeed: Representação da sociedade corrompida, desprovido de valores ou moral ele é cafetão, traficante, viciado, violento, ladrão, egocêntrico, narcisista e tudo que não presta (inclusive covarde!). –Atti: Representação daqueles que perderam seus sonhos e apenas “vegetam” sem saber qual o objetivo de suas vidas. Ela escolheu ser prostituta (a profissão aqui representa, de forma genérica, um grande sacrifício para alcançar um sonho) para juntar dinheiro e mudar de país, mas fica claro no decorrer do filme que ela já não busca mas nada… tornou-se triste e vazia, ela agora apenas “vive”. –O travesti (não lembro se fala o nome dele durante o filme): Representa todas as classes discriminadas por algum motivo. Ele olha para Arash no começo do filme e o olhar ao mesmo tempo que passa a ideia de flerte, também pode passar a imagem de alguém muito solitário desejando se aproximar (como um cão que quer se aproximar de um humano mas tem medo do que pode lhe acontecer). Essa ideia se reforça durante o decorrer do filme onde na festa as pessoas o cumprimentam mas no dia seguinte ele está dançando sozinho com um balão. –A criança: Representa a ingenuidade sendo modificada por observar o barbárie a sua volta. Ele percebe que Arash roubou o gato (provavelmente até sabia de quem era), Arash lhe dá um conselho que se quer dinheiro tem que trabalhar contudo mais tarde o garoto vê-lo vendendo drogas na sua rua. Ele também presencia a desova do corpo de Hossein e olha para o cadaver no final do filme demonstrando muita tranquilidade e quando e questionado se é um bom garoto ele responde que sim mas fica claro, pela reação da vampira, que ele estava mentindo. –Shaydah: Talvez a única representação superficial do filme, contudo é exatamente isso que deveria representar! Ela está no filme como um contraste entre soberbos e humildes e a diferença entre seus valores. A cena que mostra isso é Arash pagando muito dinheiro ao sair do hospital, por ter tratado a sua mão que já estava machucada a dias e ela tirando a bandagem do nariz que passa a ideia de ter sido uma plástica. A GAROTA: Ao meu ver, é uma representação da morte que acompanha a prostituta no dia a dia, que chegou para Houssin e Saeed por consequência, que chega para um mendigo num beco escuro em uma noite fria, que assusta os garotos e que flerta com os jovens! Arash flertou com a morte após a festa e lhe pareceu libertador (Minha ideia é baseada no fato de Arash está muito depressivo e pensativo naquele momento e poderia ter chegado a conclusão que tudo seria bem melhor se morresse, por isso a morte é tão atraente para ele.) e quando descobre que seu pai morreu ele fica um pouco revoltado e um pouco triste mas no final decide seguir viagem com ela.
Obs: Para essa conclusão também me baseio na letra(e no nome) da música “Death” do White Lies que é tocada na casa da garota no primeiro encontro deles.
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