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    Abril e o Mundo Extraordinário
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    3,5
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    Sidnei C.
    Sidnei C.

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    3,5
    Enviada em 26 de junho de 2016
    O avanço da tecnologia na história do cinema sempre representou uma espécie de ditadura em relação às expectativas do grande público. Explico melhor. Após a década de '30, o público não queria mais saber de filme mudo. Após a década de '60, o público não queria mais saber de filme em preto & branco. Nos filmes de animação, o grande avanço tecnológico é a animação computadorizada, trazida pelo estúdio Pixar. Então, fica a pergunta: será que a animação tradicional – aquela feita com desenhos feitos à mão mesmo – está fadada a desaparecer ?

    Antes da chegada da Pixar, a Disney reinava absoluta no mercado de filmes de animação – majoritariamente produzidos para o público infantil. Mas havia uma espécie de miopia no dimensionamento da demanda. Os estúdios Disney lançavam em média 1 nova animação por ano. Hoje, é difícil passar uma semana sequer sem que alguma nova animação chegue às telas dos cinemas. Se a oferta se expandiu, por outro lado a fatia da Disney diminuiu, visto que estúdios alternativos e novos países tem ingressado no mercado mundial, sem nenhuma tradição anterior. Muitas crianças vêem “desenhos animados” produzidos na Argentina, Espanha, Canadá, França, Inglaterra, sem que os adultos que as levam para assisti-los tenham a menor ideia disso.

    Outra radical mudança no mundo da animação foi o abandono da ideia que o gênero é voltado exclusivamente às crianças. Muitos filmes para adultos (e não estou aqui falando de erotismo) tem sido produzidos recentemente. Exemplos como o israelense Valsa com Bashir, o francês Persépolis e mesmo o americano Anomalisa.

    Dito tudo isso, este Abril e o Mundo Extraordinário pode ser visto como uma animação que rema contra a corrente. Além de ter sido produzido no sistema tradicional da animação, é voltado para um público indefinido, mas que pode se situar como qualquer um que já tenha abandonado a infância. Uma típica aventura juvenil nos moldes de alguns clássicos da literatura produzidos para esta faixa etária, mas que invariavelmente caíram no gosto dos adultos. Embora tenha sido divulgado que o filme contou com a colaboração de membros da equipe dos Estúdios Ghibli, o traço e o espírito aventuresco da narrativa guardam mais semelhanças com o Tintin de Hervé, do que com o hiper-realismo do mestre japonês Hayao Miyazaki.

    Além disso, Abril tem claramente um visual bem cinzento e opaco em oposição ao mundo colorido que habita as animações em geral. Nesta paleta de cores limitada, até Paris é apresentada feia e sem graça. Mas há uma explicação para esta opção visual: Abril e o Mundo Extraordinário, como muitas animações recentes, é uma adaptação de uma HQ, que parte da clássica premissa “e se..”. Mas ao invés de projetá-la no futuro, como tradicionalmente ocorre, cria um impensável passado alternativo. Simples assim: e se a geração de eletricidade ainda não tivesse sido dominada pelo homem e o petróleo não tivesse sido descoberto? O incrível desenvolvimento tecnológico que se assistiu no século XX nunca teria existido, e estaríamos ainda dependentes do carvão. É nesse universo paralelo, nesse “passado” distópico que se insere a história.

    Abril e o Mundo Extraordinário é simpático e inventivo visualmente, com seu design apoiado numa estética totalmente steampunk , mas acho que houve um pouco de exagero no entusiasmo da crítica americana. Quando o filme ensaia alguns momentos de humor – que seriam muito bem-vindos – apela para o humor físico das antigas comédias pastelão, rendendo momentos até constrangedores e destoando do tom da história. Embora elogiável, o caráter ecológico da trama - um dos últimos carvalhos que restou é preservado em uma espécie de santuário – ficou um pouco comprometido ao enaltecer a descoberta do petróleo como uma alternativa limpa ao uso do carvão. Também acho que faltou, ao final, depois de tanto cinza, quando o mundo truqué do título original volta ao normal, nos brindar com o frescor da natureza que aparece somente em fotos penduradas na parede.

    Desta vez, os distribuidores brasileiros estão desculpados pelo título, já que é a versão adotada no mundo todo para o original em francês. O que me frustrou realmente foi, num Festival de Cinema Francês, o longa estar disponível somente em versão dublada – decisão por óbvio baseada na ultrapassada premissa que animação é filme para crianças. C´est la vie...

    Filme visto no Festival Varilux de Cinema Francês
    anônimo
    Um visitante
    3,5
    Enviada em 31 de agosto de 2021
    Animação que mostra seu potencial desde os primeiros minutos.Inteligente e com um assunto fora do comum no gênero,acompanhamos a deliciosa aventura dos personagens principais e principalmente da amável Abril e seu gatinho.
    A ambientação é formidável,os gráficos escuros e antigos realçam a experiência e os momentos de emoção são constantes.Uma das melhores animações daquele ano.
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