O amor é uma forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de sangue ou de relações sociais, e não é preciso ser "adulto" para vivenciar tal sentimento. Desde pequeno amamos nossa família, por instinto. Quando criança, amamos os amigos mais próximos e os levamos pela eternidade. Crescemos e novos amigos surgem. Uma pessoa lhe desperta um desejo, pronto, você já pode estar apto a amá-la! Do mesmo tempo que louvor, esconde uma tremenda dor, dor da perda, seja na morte ou na vida. Mais um belo mistério de se viver neste plano, não sabemos quando ele (o amor) irá chegar e quando irá embora. E fora que podemos sentir tamanha emoção por coisas, costumes, etc..... Eis que o aclamado diretor François Ozon (eu nem sabia quem ele era.....) entrega um excelente trabalho, e diferente, sobre amar! Um filme complexo por seu enredo, mas de fácil leitura e compreensão na sua narrativa, com momentos cômicos. A trama é envolvente e chocante, com descobertas de sentimentos escondidos ou oprimidos, seja por medo de rejeição ou por medo da sociedade. Logo em seu início, temos uma música que vai contra a cena em que é tocada, uma maneira inteligente de se apresentar casamento e sua ruptura, que sacada! O elenco está muito bem, contando com o rosto conhecido do ator Romain Duris (pelo menos para mim, ele atuou em O ALBERGUE ESPANHOL de 2002, BONECAS RUSSAS de 2005 entre outros) e a bela Anaïs Demoustier (nossa, como a beleza desta mulher está em sua delicadeza, em seu olhar.....está vendo? Já comecei a amar!) que formam o "casal" protagonista e digo entre aspas porque seus personagens não são marido e mulher. Gostei também da atuação do ator Raphaël Personnaz (deveras desconhecido), este sim, casado com a personagem de Demoustier (esta que demonstra ser uma ótima atriz, como se comporta ao desenvolvimento/descobrimento de sua personagem é incrível!). Só achei que no arco final, teve um momento muito, mas muito clichê e também o seu desfecho ficou com algumas questões sem respostas deixadas nesta cachola lusitana, mas creio que foi proposital para o espectador imaginar o que quer. E eu falo e ninguém me escuta, não adianta você ser legal, parceiro, presente, participativo, comunicativo, respeitoso, amigo, caliente e blábláblá, quando "bate" (???) na outra parte, a cabeça fica mais pesada..... Gostei também do trailer que omite algo fundamental e tende a direcionar nosso pensamento sobre o que se trata, muito bom! Ótimo entretenimento para quem quer ver algo diferente (até para quem não quer) e abrir os horizontes no sentido que homem, mulher, gay, lésbica são rótulos (como vários) que alguns criaram, fixaram em nossas mentes para impor controle e esqueceram que somos apenas pessoas iguais com gostos diferentes e que devem ser respeitados, que sem tais rótulos, talvez estaríamos construindo um mundo melhor ao invés de destruí-lo, estaríamos amando, ao invés de odiando...