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André L.
85 seguidores
16 críticas
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4,0
Enviada em 25 de janeiro de 2015
Ótimo filme. A luta das atrizes principais em mostrar quem tem mais talento é evidenciada em todo o filme, aliás fica difícil dizer quem foi melhor. O filme traz um uma edição frenética no ritmo das musicas bregas, e coloca o Recife como mais uma personagem. Ponto fraco os vídeos do YouTube inseridos são dispensáveis, nada de bom trazem ao filme. Vale muito a pena conferir, ótima diversão.
Esse filme exemplifica bem como, se você for cinéfilo, não precisa se identificar com o tema da história para gostar da arte. E a arte aqui é bem controversa, pois gira em torno daquelas bandas bregas de axé ou outra coisa que não me vem à mente, mas que gera artistas quase sempre de origem pobre e que mantém seus "traços socio-culturais". No começo, uma estranheza, mas logo vira um encanto, uma aventura em um universo escondido dos menos aventureiros dessa onda (como eu).
Ambientado em uma Pernambuco pró-progresso, onde longos edifícios estão sendo construídos, shopping center e internet estão começando a fazer parte do cotidiano dos personagens. (Maeve Jinkings) é Jaqueline uma cantora de brega da banda Amor com Veneno que ganha à vida sobrevivendo de pequenos shows, quando (Nash Laila) Shelly uma dançarina que sonha em ser cantora entra para a banda vimos suas vidas se alinharem em final e começo de carreira respectivamente.
Jaqueline sabe como é ter sucesso, sabe como a vida na noite é cansativa, sabe como é usar o corpo e a sensualidade como moeda de troca, sofre pelas escolhas que teve que fazer e sofre com a ausência de sua família. Enquanto a dançarina a admira, esperando aprender todos os seus truques e aspirando ser igual a ela. Esse é o conflito central da trama, sem perceber uma é o espelho da outra.
Em algumas cenas vimos um clássico do cinema quando se trata de duas mulheres – amigas e rivais -, um pouco de inveja, despeito, um roubo de namorado aqui e outro lá, fazem parte da primeira parte do filme, mas nada que o desfecho do filme não trate de corrigir, assim que as cantoras entendem que cada uma tem o seu próprio espaço. Além é claro de cenas de nudez e sexo, porém, nada que a proposta do filme não justifique, o longa é um retrato fiel da vida na noite e da dura caminhada para se destacar como artista. Os personagens são tão reais, tão –gente como a gente – que por vezes até esquecemos se tratar de uma ficção e não de um documentário.
Pouco a pouco a carreira de Jaqueline vai se desfazendo, assim como a antiga Pernambuco e ambas vão dando passagem para o novo. Para marcar essa transição por vezes vídeos de baixa resolução fora do contexto da cena são inseridos na tela. Não se engane os vídeos estão mais dentro do contexto que a própria cena, já que na vida real são utilizados para divulgar o estilo brega pelo mundo. Contudo, confesso que a estética ficou prejudicada.
Assim como plástico vemos o amor e o barulho ser reciclado nesse filme que é um excelente choque de realidade para aqueles que acham que trilhar a fama é um mar de rosas. Sem conto de fadas e sem final feliz. Logo se você está procurando algo para distrair a mente dos problemas sociais e da realidade da vida, decididamente este não é o filme que deve assistir.
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