Tusk" de Kevin Smith tem a alma trash mas uma execução primorosa, não que o longa seja um marco artístico ou sequer um ótimo filme, mas suas Surpreendentes virtudes precisam ser enaltecidas.
Logo que observamos o roteiro percebemos a grande dificuldade que é catalogar e criar o sentido e ritmo necessário para o longa, e esse problema é presente, Kevin nos conta a historia de um podcaster em busca de uma boa historia que acaba caindo nas mãos de um psicopata que o pretende transforma-lo em uma morsa, sim, uma morsa, percebemos uma influencia com o holandês "Centopeia humana" porem Kevin acaba nos conduzindo para o lado menos escatológico da coisa, e prioriza buscar um clima de suspense que flerta muito com o humor negro, o que acaba criando um tragicômico que no fundo não da medo e nem é engraçado, mas é divertido e prende o telespectador.
Tecnicamente o filme é bom, Kevin Smith é um ótimo diretor, e mesmo com os poucos recursos o cineasta consegue tracionar fortes atuações e contar com ótimos atores, além de conseguir encaixar uma linda fotografia e composição de cenários, a edição do filme também é muito boa e seu ritmo narrativo é instigador, e seu uso de câmeras e enquadramentos é maravilhoso.
As atuações do longa são boas, principalmente a de Michael Parks, o falecido ator americano é um show a parte com sua atuação completamente destoante, é uma atuação perfeita e assustadora, e é responsável pela criação do núcleo de suspense do longa, e principalmente por servir de pilar para o segundo ato do filme, que é muito bom, Justin Long também é um grata surpresa, o ator permeia muito bem do humor para o terror.
"Tusk" que surgiu de uma brincadeira do diretor no twitter é mais um filme de Kevin Smith que gostamos pela sua grata surpresa, esperamos um filme fraco e defeituoso mas recebemos um filme legal e com virtudes, seja pelas sua atuações ou direção. NOTA: 7,5/10