Invocação do Mal 2 veio com o papel de superar o seu antecessor, o qual supriu a carência dos amantes de terror. Na maior parte dos aspectos, ele chega se igualar, mas não a superar o primeiro filme da série. No entanto, recebemos mais uma obra que vai fazer muita gente dormir de luz acesa novamente.
Mais uma vez, o diretor de Jogos Mortais, James Wan, toma a cena, literalmente, com seus movimentos de câmera ousados e que te fazem entrar na atmosfera aterrorizante da nova casa mal assombrada. Os planos sequência utilizados brilhantemente pelo diretor, por exemplo, deixam o longa-metragem mais real e sendo, assim, mais assustador.
Nesta obra, assim como na de 2013, conseguimos nos apegar à família perseguida pelas entidades malignas. Sentimos compaixão e queremos que eles fiquem bem no final de tudo. Não se trata daqueles filmes de terror em que odiamos os personagens por suas burrices e torcemos muito para que eles sejam pegos pelo “monstro”. É um roteiro inteligente. No caso de Invocação do Mal 2 nos apegamos, principalmente à garotinha protagonista, Janet, interpretada de forma excelente por Madison Wolfe. Algo que também cativa no longa é o caso de amor do casal Lorraine e Ed Warren, interpretados muito bem por Vera Formiga e Patrick Wilson, respectivamente.
Invocação do Mal 2 tem muitos clichês — mas não tenta fugir disso —, como personagens indo investigar os barulhos que ouvem, sozinhos. Não acordar com barulhos e perambular pela casa no escuro sem acender as luzes são outros aspectos comuns ao gênero que podem causar uma certa irritação. Entretanto, o diretor sabe trabalhar bem isso e faz com que os clichês se tornem aquilo que vai gelar a sua espinha em determinadas cenas. Os principais elementos dos filmes de terror são muito bem trabalhados aqui.
Outra diferença para o primeiro longa é que este oferece mais cenas de ação e um terror mais visual. Isso quer dizer que você irá ver os “coisa ruim” mais vezes.
Se tem uma coisa muito bem trabalhada no filme é a ambientação. Você se sente na atmosfera da época. A obra cinematográfica te introduz bem nos anos 70 nela, com a programação que passa na TV, os móveis, os aparelhos eletrônicos, figurinos etc.
Até a casa vira um personagem a mais com a atenção aos detalhes que James Wan traz. Ele explora todos os cômodos, desde o quintal até a lavanderia. E algo interessante sobre a residência é que ela é comum, na qual eu ou você poderíamos facilmente morar — Deus me livre —, e não muito grande como costumam ser as casas mal-assombradas.
Como pontos negativos, o longa deixa algumas pontas soltas e motivações muito mal explicadas. Tem uma leve exagerada nos momentos felizes, como uma canção que facilmente poderia estar em um filme da Disney. O ponto ruim disso é que nos leva a pensar que dará tudo certo no final, tirando um pouco da atmosfera tensa que o filme propõe.
Invocação do Mal 2 tentou ser melhor que o original, mas não conseguiu. Apesar disso, chega próximo e não pode ser considerado uma sequência decepcionante. Pelo contrário, é amedrontador, com muitas cenas de tensão, boas doses de sustos e com uma excelente direção de James Wan. É um dos melhores filmes do gênero das últimas décadas e que vale sim apena ser assistido.