Fiquei pensando seria tão emocionante e eletrizante se tivéssemos uma abertura tão marcante que nem foi Tarzan (1999). Mas em Mogli: O Menino Lobo (2016) isso não acontece. Por quê? Bem, acredito que a chave pra esse pergunta é a trilha sonora. Nas animações ela anda numa linha tênue com as feições e gestos que dribla de um jeito que o faz mágico. Pois não há limites. Não há pretensão. E o que acontece no filme live-action é ao contrário. Existe limitações, é tudo muito real. Esse realismo digital, é o porto forte desses longas. Não digo que todos os filmes recapitulados de animações são ruins. Não mesmo, existe vários bons, mas o que acontece é que não conseguem trazer essa sensação mágica e cativante das animações. Mas não sou de todo mal, teve uma cena que logo me veio a cabeça; ''Put your faith in what you most believe in, Two worlds, one family,Trust your heart'' vontade de gritar foi imensa.
Aventura começa com uma empolgante perseguição de lobos atrás do garoto pela selva. Mogli é um filhote de homem, todos em sua matilha o veem dessa maneira. Mas ainda sim o consideram um lobo, parte do bando. Já que o criaram desde de pequeno. Só repudiam seu jeito homem de ser. Muitas das vezes é repreendido, - esse não é o jeito que Lobos fazem - o que o deixa se sentindo impotente. Uma matilha de Lobos é muito hierárquica e valorizam muito a lealdade e instinto familiar, que muitas das vezes é visto com frieza. Tudo para manter a alcateia em segurança.Com tudo isso
, não é de admirar que matilhas de lobos por todo o mundo tenham sobrevivido e continuado juntas por milhares de anos.
Mas os lobos aqui são romantizados. Não me surpreende já que é um remake de um desenho infantil da Disney de 1967, o último longa que o Walt Disney dirigiu. Que foi baseado no livro The Jungle Book do autor inglês Rudyard Kipling. Já Mogli: O Menino Lobo (2016), tem direção de Jon Favreau diretor da trilogia 'O Homem de Ferro'
O enredo é bem construído e tem um desenvolvimento interessante que nós prende atenção. Longa é absurdamente digital, o realismo é imenso e remete muito bem a selva, o tom escuro deixa tudo mais vivo, selvagem e instigante. Dizem até que é o novo Avatar, em questões visuais.
Mogli (Neel Sethi) não está sozinho nessa aventura, ele é fragilizado e ingênuo é um garoto da selva, que nela busca autoconhecimento. Com isso temos a pantera Bagheera (Ben Kingsley) que se encarrega de proteger ele desde de pequeno, sendo sua mentora. Balu (Bill Murray) um urso bem característico, com personalidade bem humana, há quem se identifique. Balu é tão importante pra Mogli que o mesmo dá á ele uma nova visão da selva, e o funcionamento dela. Raksha (Lupita Nyong'o) é uma mãe mas antes de tudo, membro de uma matilha, o amor maternal genuíno dela para com o Mogli não pode ser questionado. Shere Khan (Idris Elbab) temido e orgulhoso, um tigre que carrega cicatrizes causadas por caçadores, promete eliminar o que ele considera uma ameaça, ele não desistira enquanto não tiver o Mogli, o filhote de homem. Nessa aventura cativante o menino-lobo se encontra com especies perigosas e de grande ambição como a cobra e sedutora Kaa (Scarlett Johansson) e o Rei Loiue (Christopher Walken) que é tão magnifico que chega a assustar.
O homem é visto pelas especies dominantes da savana africana como o que -destrói tudo o que toca- , por isso a opressão que Mogli sofre. Homem nada mais é um caçador que está no topo de todas as especies. São temidos pela sua Flor Vermelha, o fogo, que o faz onipotente. Pois ela quando usada se alastra em quilômetros e devasta tudo. Uma ótima critica, ao ego do ser humano. Algo interessante, bem ilusório abordado no longa é que o fogo e a seca da água são os únicos motivos que cessam os instintos de caça dos animais. Pois sobreviver, e ter aguá é mais importante que a caça, o hábito de se alimentar.
O que mais me emocionou no filme foi os Elefantes, sim adoro esses primatas, não tenho como esconder esse amor. Esses seres majestosos são vistos no filme por todos como uma espécie magnífica que merecem até reverenciamento. Teve uma cena em especial que me deixou estarrecido. Não direi pra não estragar esse momento que espero que vocês tenham.
Não deixem de ver Mogli: O Menino Lobo no cinema, o elenco está impecável. Aventura introspectiva do garoto é cativante e muito bela visualmente. Permita-se!
Nota: 8,5/10