HOMEM ARANHA LONGE DE CASA
Multiverso?! Edith é prima da Verônica?!
Uma análise de fã para fãs. Por João Ferreira
A grande questão que fica é: Homem Aranha Longe de Casa é o fechamento da Fase 3 de filmes do UCM? E a resposta é um sonoro: NÃAAAAOOOOOOOOO!!!
Esse filme é um filme que trabalha muito mais a abertura que o fechamento de um ciclo. As pontas soltas referentes as pessoas que foram dizimadas são muito bem explicadas aqui, sem os detalhes necessários, mas de forma objetiva que é um costume nos filmes do gênero, agilidade em mostrar as informações haja vista o Aranha não ser um personagem como Pantera Negra, Homem Formiga ou Doutor Estranho, sua mitologia é conhecida e os diretores se apropriaram disso para adiantar coisas.
Ainda vemos um Peter Parker muito ingênuo, mesmo tendo ido ao espaço e enfrentado um exército alien, ainda é um garoto do Queens, com problemas da idade, inclusive para se declarar para a garota que gosta. Não parecer ser um rosto que inspire liderança, pois não vimos desenvolvimento, pelo menos não nesse longa. Ele pode ser o rosto da Marvel no futuro, mas quando for melhor explorado. Nas HQ’s Peter é um gênio e vimos isso muito bem nos filmes da Sony, já na Disney/Marvel ainda não está bem estabelecida essa genialidade.
A nostalgia diante da morte de Tony Stark é muito presente no filme, o rosto do Homem de Ferro é visto em todo o filme e em alguns momentos esse sentimento afeta Peter de forma que os amigos, tia May e Happy ajudam muito.
O plot do filme é o surgimento de uma ameaça no México, sendo investigado por Nick Fury e Maria Hill e junto dessa ameaça surge um aliado. Em meio a esses eventos Peter e os amigos de escola estão indo de férias para Europa, onde convenientemente surgem ameaças similares.
Diferente dos filmes antigo do Aranha nesse a linha entre herói e civil é bem definida, o cruzamento dessas linhas acontece, mas é criado situações para isso. Ou seja, não é algo mais natural. Os dilemas adolescentes contrastam muito bem com Homem Aranha em ação, que por sinal aqui aparece em cenas melhores, mostrando mais atributos e enfim, o sentido aranha é mostrado, de forma até meio engraçada no início e fundamental no desfecho.
Os elementais são muito bem feitos, o CGI não erra em nada, a ameaça parece muito real mesmo e quando é explicado suas origens você entende o motivo deles serem tão reais e ameaçadores. Essas ameaças dão a entender que um herói que é urbano e tem poderes de certo modo, práticos, não teriam chances contra ameaças desse porte e aí que entra nosso vilão e o plot twist que explica tanto sua origem como suas motivações e mostra ele como uma solução momentânea para essas ameaças. Surge um novo vingador?
Que o Mysterio é o vilão, todo o público sabia, mas o fato de como isso seria mostrado é que era o que intrigava ainda os fãs. Como um perito em efeitos espaciais ou um viajante entre realidades, essas eram nas revistas as origens dos poderes do Mystério. Mas será que ele poderia ser um herói?
Peter entende erradamente que Beck pode ser o novo Tony Stark e entrega a ela uma tecnologia que tinha sido um presente de Stark e em torno disso a trama circula.
Canonicamente falando essa eram as intenções dele, fazer parte de um grupo de heróis como os Vingadores, encobrir seu passado, crimes e ser feito dele um herói. Carisma o personagem tem, não podemos negar, mas até quando o Homem Aranha terá sua galeria de vilões ligados diretamente a pessoas que querem se vingar de Stark, Vingadores ou levar vantagem diante de sua ausência ou falhas dos heróis mais poderosos da Terra?
O ponto alto são as cenas de ação. Complexas, bem casadas nas interpretações, capturas de movimentos e CGI. Foca em novos movimentos e tem muitas referências, tanto do UCM como das HQ’s, como a sala de espelhos e pouso do Homem Aranha como Homem de Ferro fazia. As interações com os elementais e os cenários, as cidades europeias, criam uma atmosfera visual diferentes e estimulantes. Embora o filme tenha muitas piadas, muitas delas fora de contexto, isso não estraga a experiência.
Essa tal tecnologia deixada por Stark, como um presente, apropriada indevidamente por Mysterio e seus aliados e recuperada por Parker, em nada parece com algo que pudesse encerrar as aventuras da Saga do Infinito. Mas parece ser algo que pode ser usado no UCM com toda certeza. Aprender a lidar com essas interfaces pode colocar Peter no centro de fato das aventuras dos Vingadores, mas precisamos que ele seja mais orgânico e menos apadrinhado.
O filme como um todo é muito bom, misturando as aventuras de sessão da tarde com a presença de um herói tão icônico, mostra que a Disney/Marvel tem em mãos roteiristas muito bons, que podem adaptar com sucesso personagens tão importantes como Mysterio e nas cenas pós créditos é visível que a Marvel tem mais 10 anos de aventuras programadas. Sim, adaptações de muito sucesso estão por vir. Uma das cenas pós crédito é bem ligada ao universo do Homem Aranha e dá inúmeros desdobramentos. A outra cena já sai desse universo urbano e vai pro cósmico, será que o prelúdio de uma nova grande saga está sendo mostrada aqui?