“Bistô Romantique”, uma obra deliciosa e despretensiosa que mostra os encontros e desencontros em cinco atos, do couvert ao prato principal, com direito a sobremesa.
Tudo nesse filme fala de amor, seja ele um amor encubado há 23 anos, seja um amor tipo “encontro às cegas”, ou mesmo um amor acidental. Até mesmo o amor de família é retratado nessa noite, mesmo que não seja lá muito acalentador.
É que o Bistrô Romantique, administrado por Pascaline, lutou para se reerguer. Desde a morte de seu pai, que tinha uma doceria, foi um caminho tortuoso para ela e seu irmão conseguir figurar entre os melhores restaurantes do país. Ainda mais com todos os desastres familiares que aconteceram nesse meio tempo. Mesmo assim, Pascaline e seu irmão, Paul (que é o Chef de cozinha), preferiram enterrar o passado e tocar a vida do jeito que podem.
No dia dos namorados, o cardápio especial está montado. Todas as mesas estão reservadas e então, um a um, os personagens vão surgindo, com suas histórias sendo contadas mais pelos seus comportamentos do que por uma narração simplória. Isso dá margem para uma interpretação que pode ir mudando de acordo com o tempo, uma vez que, nesse filme, nem sempre a primeira impressão é a que Ô-ROMANTIQUE-Official-Poster-Banner-PROMO-PHOTOS-09JUNHO2014-01
E nesse contexto temos o casal de longa data, o tímido frequentador do restaurante, que está esperando uma pessoa que conheceu pela internet; um antigo amor de Pascaline, que surge depois de 23 anos para resgatar aquela que ele sempre amou; e uma misteriosa mulher, que se senta sozinha perto do bar. Outros casais estão em segundo plano, e é importante notar a diferença de comportamentos, seja de um casal gay que se senta à janela e mantém a paixão discreta a todo tempo, ou o casal de namorados que estão na fase da fascinação, com diálogos picantes e presentes inusitados, ou mesmo o simpático casal de idosos que mantém a chama do amor acesa depois de tantos anos de estrada.
Com o local lotado, começam a aparecer os pratos da noite, e nessa parte o filme se divide em cinco atos. Cada ato é um crescendo, e serve para mostrar que, até o prato principal, muita coisa ainda está por vir. Tanto é que, no ato do prato principal, já vemos o desenrolar da história, as decepções, as esperanças, o ódio e o amor em conflito, a insegurança. E isso não se reflete somente no salão, mas também na cozinha, e é aí que o filme dá a jogada de mestre.
Conforme a noite vai passando, toda a cobrança para uma noite perfeita faz com que todos os envolvidos com a preparação dos pratos fiquem com os nervos à flor da pele, principalmente Pascaline e seu irmão Angelo. Logo, verdades que ficaram escondidas por muito tempo vem à tona, atingindo a todos de forma incisiva.
“Bistrô Romantique” é um filme incrível de se ver. Gosto de filmes que envolvam culinária, como “Chocolat”. Me parece que isso traz um cuidado maior na caracterização dos personagens, suas reações conforme os pratos vão sendo apresentados, além de ter muito bom gosto.
Enfim, este é um romance que com certeza merece ser visto, e tenho certeza que muita gente vai pensar na vida e no relacionamento, ao se identificar com algum personagem.
Recomendado para casais e apaixonados.
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É isso aí, até a próxima!