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    Bistrô Romantique
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Bistrô Romantique

    Ficou na tentativa

    por Lucas Salgado

    Bistrô Romantique é um daqueles clássicos exemplos de quando a ideia é melhor do que a execução. Não que seja um filme péssimo, mas que poderia ser bem melhor resta pouca dúvida. A trama se desenvolve em um restaurante durante um jantar do Dia dos Namorados, desenvolvendo várias histórias paralelas, todas envolvendo romances, desilusões, expectativas etc. Não bastasse os casais nas mesas, também somos apresentados a um grupo de funcionários com diversas histórias pessoais que vão ganhar destaque durante a noite.

    O ritmo do filme é bem desenvolvido e a condução de uma história para outra é feita de forma natural e inteligente. O problema é que nenhuma das tramas amorosas é realmente especial o bastante para cativar o espectador, que vai acompanhar o desenvolvimento da narrativa sem necessariamente torcer por qualquer personagem. Na verdade, há a história bonitinha de um jovem e tímido assistente de cozinha que gosta da companheira de trabalho, mas esta é a menos desenvolvida do roteiro.

    Na trama principal, temos Pascaline (Sara De Roo), que cuida do restaurante ao lado do irmão, que é um chef de cozinha. Depois de mais de duas décadas, no Dia dos Namorados, ela recebe a visita de um grande amor do passado, que quer que ela o acompanhe para Buenos Aires. Inicialmente, ela fica chocada com a proposta, mas logo começa a pensar melhor, uma vez que leva uma vida solitária, tendo apenas que cuidar do bistrô e da sobrinha mais nova, tendo em vista que o irmão não é muito responsável.

    Nas mesas, encontramos um jovem casal apaixonado, que não se importa em demonstrar toda a afeição. Temos ainda um casal em crise após décadas de relacionamento, sem muito o que falar além de filhos e trabalho, e também vários outros tipos, como a mulher que viveu uma grande desilusão e volta para o local onde foi pedida em casamento. Tudo muito superficial, principalmente quando falamos do casal em crise. O roteiro de Jean-Claude Van Rijckeghem investe em situações banais e discursos vazios, além de abraçar inúmeros clichês, deixando a impressão que tentava acertar ao atirar para todos os lados. Para terem uma ideia, temos até momentos de fantasia, com um sujeito tímido conversando com sua versão bad ass através do espelho.

    Sem inovar e sem emocionar, a comédia romântica não consegue sair do lugar. Infelizmente, mais uma ideia interessante que se perde. Bem elaborada, uma trama passada num espaço único, em um período curto e envolvendo inúmeros personagens poderia sim gerar algo especial.

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