Parece até inacreditável que se trata do mesmo diretor do surpreendente e muito bom Corra Lola de 1998, pois o filme possui erros de edição e montagem um tanto imperdoáveis, com cenas meio que soltas no enredo que conta a história de um vendedor, beirando a terceira idade, que tenta comercializar uma tecnologia para realização de reuniões não presenciais, através de hologramas, algo bastante futurista pois todos os participantes vão ver os outros parecendo que estão presentes mas estarão em outro lugar, todavia, participando da reunião. Na verdade futurista demais diante da realidade desértica e para um rei árabe que se depara com uma região gigantesca do país, carente de todo tipo de investimento, onde falta escola, posto de saúde e assim vai. A narrativa é tipo assim: se tem dinheiro sobrando com a venda do petróleo pode-se tudo, mesmo quando a demanda por investimentos parece ser do tamanho da quantidade de dinheiro. Porém o filme, em meio a esse contexto meio inusitado, vai focar mesmo no relacionamento, igualmente meio estranho, entre um casal de meia idade, ele americano feio e amargurado, representado, sem muita vontade, pelo cansativo Tom Hanks e ela, uma médica árabe muito bonita, disposta e ativa, que para acentuar ainda mais o contraste pertence a classe social mais elevada que o americano. Os dois se apaixonam e não cansam de repetir a frase: um filigrama nos separam, somos quase iguais. Será mesmo? Óbvio que não. Destaque para a arquitetura da linda casa da médica no deserto. Direção preguiçosa, que deve ter ficado sob a responsabilidade de algum estagiário.