De uma certa maneira, a trama principal de “S.O.S.: Mulheres ao Mar”, filme dirigido por Cris D’Amato, lembra muito a premissa de “Sob o Sol da Toscana”, filme dirigido por Audrey Wells. Nas duas obras, a perda de um amor em circunstâncias inesperadas levam a decisões radicais que ajudam as personagens a enfrentarem a sua jornada principal: em busca da continuidade da vida e da preparação para a vivência de um novo amor e de experiências diferentes.
Após se separar do marido Eduardo (Marcello Airoldi), que estava vivendo um caso extra-conjugal com uma famosa atriz (Emanuelle Araújo), Adriana (Giovanna Antonelli) decide embarcar em um cruzeiro – tendo a companhia da irmã Luiza (Fabiula Nascimento) e da sua empregada Dialinda (Thalita Carauta, do programa “Zorra Total”) – cujo rumo é a Itália e cidades românticas como Veneza. O objetivo dela é tentar atrapalhar a nova vida do ex-marido e, quem sabe, ter a chance de reconquistá-lo. Porém, o que está oculto por trás de tudo isso, é que Adriana vivenciará uma experiência estritamente pessoal, de auto-descoberta, em que ela encarará tudo aquilo que deixou de lado quando ela escolheu se dedicar ao seu casamento.
Jornadas de auto-descoberta são comuns ao cinema e as histórias que retratam situações desse tipo são muitas. O roteiro de “S.O.S.: Mulheres ao Mar”, que foi escrito por Sylvio Gonçalves, Rodrigo Nogueira e Marcelo Saback, tem um ponto positivo: falar sobre isso utilizando um viés cômico. Porém, como visto em obras como “E aí…Comeu?”, filme dirigido por Filipe Joffily, o longa de Cris D’Amato faz uso de uma visão muito sexista e ultrapassada, com piadas grosseiras, situações baratas e com a ligação da felicidade feminina à ideia de ter um homem em sua vida.
Filmado num período de 15 dias, a bordo do MSC Orchestra, navio da MSC Cruzeiros, e em cidades italianas como Roma e Veneza, “S.O.S.: Mulheres ao Mar” acaba se sustentando por causa do seu elenco – principalmente, o feminino. Giovanna Antonelli é o tipo de atriz que trabalha bem em qualquer material que a entreguem. Thalita Carauta está no seu território seguro. Entretanto, quem surpreende mesmo é Fabiula Nascimento, que deixa de lado os dramas pesados para mostrar que tem, sim, um excelente timing cômico.